sexta-feira, agosto 13, 2010

EU POR "EU" MESMO...

EU POR "EU"  MESMO...

Nasci poeta agosto de Deus
Pobre de mim
Tentei livrar-me da escravidão
Mas palavras são elos fortes.

Nasci num tempo de ditadura
Ditaram-me palavras sem nexo
Dado Dedo Duda
Fiz com elas o meu primeiro rabisco
para um anjo torto,
que leu e riu de mim.
Pediu-me tantos rabiscos,
mas nem me amou.
Amava as minhas algemas;
deixou-me preso a elas.
Pobre de mim.

Cresci poeta, riscando na carne viva as dores
que recolhi dos meus amores
Feito pólen que se carrega
que a própria fome não sacia
Pobre de mim

Roubei palavras de um ditado
Amei sem ser amado
Fugi dos abismos e caí na ribanceira
Subi mais alto que pude
Joguei-me no nada
Olhei pra você me olhando
Morri Feliz!

Brasília 12/08/10
21h35min

terça-feira, agosto 10, 2010

Cansado da igreja? Claro que não!

Virou moda os tais cristãos emergentes falarem mal da igreja. "Sobrevivendo, apesar da igreja", "Igreja, tô fora", "A igreja do outro lado" e outras  tantas frases bem criativas, mas que não passam de uma variação sobre o mesmo tema. 
Pra saber que a igreja não é perfeita não é necessário ler nenhum livro novo. Para saber que a igreja é um monte de coisas, menos uma comunidade de gente perfeita, basta abrir a Bíblia em Atos 5 ou ler as cartas de Paulo aos cristãos de Corintos, da Galácia, aos de Éfeso...  Não há romantismo nas páginas das Escrituras sacras. Gente que é gente quando tem um encontro com Cristo e se reúne formando a "reunião dos convocados" (Igreja) não se transforma em um monte de anjinhos bunitinhos e perfeitinhos. 
Há pessoas problemas,
estruturas problemas
e teologias (ideologias e sandices) problemas.
Acredito que o evangelho da graça faz com que pessoas problemas adquiram uma cosmovisão diferenciada. Trocam os óculos velhos e sujos, por um capaz de ver a Deus, a vida, a si mesmos e ao próximo de maneira diferente. Acredito também que o evangelho da graça faz com que pessoas com uma nova cosmovisão consigam, pela graça e não por esforço, construir uma comunidade menos problema... mais humana, mais cooperativa, mais compreensiva, mais solidária, mais perdoadora..  Acredito também que o Evangelho da graça, e somente o evangelho de verdade mesmo! (aquele que leve Jesus a sério), faz com que as nossas crendices, fantasias de poder e dominação e as neuras religiosas e a necessidade humana de subterfúgios e amuletos mágicos, sejam trocados por um novo jeito de pensar e de viver... de viver e de pensar... Há, portanto, uma consequência óbvia: as pessoas problemas, com teologias problemas e que criam estruturas problemas, podem, pela graça de Deus, dar espaço para a criação de um novo espaço, a igreja.
Não! Por favor não confunda as coisas. Não é uma "nova igreja" (eu, aliás, nem sei o que é isso!, pois na minha singela opinião, a Bíblia não fala senão de uma única). Tem muita estrutura problema por aí... é verdade! É só a gente não confundir isso com "igreja" e, pela graça de Deus, procurar a "igreja". Da "igreja" não se cansa. Se alguém está cansado, frustrado, machucado, ferido... é bom tomar cuidado! Possivelmente você foi enganado por alguma propaganda, fachada, outdoor... 
No amor dAquele que nos amou primeiro,
Ézio Lima, rev.


Ps. Eu escrevi diretamente aqui no blog... sem fazer qualquer correção no texto. Perdoe-me pelos erros e sinta-se à vontade para me comentar e me ajudar a escrever o restante do texto. 

domingo, agosto 08, 2010

Parábola do “filho pródigo” ou parábola do “amor do pai”?



Lucas 15.11-24
"Quando chego em casa na volta do trabalho e vejo aqueles pequenos narizes apertados contra a vidraça, então sei que sou um sucesso."
Paul Faulkner
O título mais apropriado para esta parábola é “A Parábola do amor do pai”, ao invés de “a parábola do filho pródigo”. Bem maiores que os erros do filho, foram os atos amorosos do pai! A lei judaica considerava o pedido do filho pela herança como um ‘abrir mão’ de sua filiação, bem como expressão do desejo da morte do pai e, por isso, como negação de permanecer ao seu lado e de ofercer-lhe os cuidados necesssários em sua velhice.
Desta forma, o pai não tinha qualquer ‘obrigação’ de receber o jovem pródigo. É por isso que ao ensaiar o seu pedido de reconciliação, ele se imagina pedindo para ser recebido não como filho, mas como um ‘escravo’ na propriedade... ele tinha consciência de que havia perdido o direito da filiação).
Em nossa busca de aceitação esbarramos no muro da indiferença. As pessoas nos medem pelo que temos, pelo que fazemos... e não pelo que somos. Deus, em Jesus Cristo, nos recebe não porque somos bons, bonitos, ricos, fortes... mas porque Sua graça se estende aos pecadores arrependidos. Jesus mesmo disse que não ‘veio buscar os justos, mas pecadores ao arrepedimento... afinal, os sãos não precisam de médico, e, sim, os doentes”. (veja que Jesus conta as três parábolas relatadas em Lucas 15 para responder à critica dos fariseus e escribas de que ele “recebia e comia com pecadores’ - Lucas 15.1-2).
Quando o Apóstolo Paulo fala da nossa salvação em Cristo ele se refere a isto como o ato do Pai nos “adotar”. (Romanos 8.12-17). A adoção é uma metáfora perfeita para nos mostrar como Deus nos recebe em Seus braços.
Vejamos. Você pode imaginar um casal de futuros pais adotivos dizendo: “Gostaríamos de adotar o Lucas, mas primeiro queremos saber algumas coisas. Ele tem uma casa para viver? Ele tem dinheiro para custear sua instrução? Ele tem transporte para ir à escola todas as manhãs e roupas para usar todos os dias? Ele pode preparar sua própria refeição e remendar suas próprias roupas?”
Nenhuma agência de adoção toleraria tal conversa. Sua representante levantaria a mão e diria: “Um momento. Você não entende. Você não adota o Lucas pelo que ele tem; você o adota pelo que ele necessita. Ele necessita de um lar”.
Deus não nos adota pelo que possuímos. Não nos dá seu nome por causa de nossa inteligência, ou por quanto temos em nossa carteira, ou nosso bom comportamento. Paulo explica o fato duas vezes porque está duplamente interessado em que compreendamos que a adoção é algo recebido, não conquistado.
E muito bom saber disso. Por quê? Pense cuidadosamente. Se pudéssemos obter nossa adoção através de nossa performance espetacular, poderíamos perdê-la por causa de nossa pobreza?
Seu Pai nunca o rejeitará. As portas do seu aposento nunca estarão fechadas. Então aprenda a demorar-se na sala de estar de seu Pai. Quando as palavras de alguém o ferirem, ou quando suas próprias faltas o afligirem, venha até a Sua presença. E não tenha medo! Você é bem-vindo e bem-vinda ! Os braços do Pai estão abertos... Jesus, aliás, morreu assim... de braços abertos, pra que você e eu nunca nos esquecêssemos de que Seus braços nos esperam.
Infelizmente neste dia dos pais, muitos nao possuem motivos para celebrar. Muitos genitores nunca aprenderam a ser pais de verdade. Quanta tristeza isso provoca! E, assim como eu, muitos neste dia possuem apenas as lembranças e a saudade. Quanta dor isso provoca! Aí nos voltamos para o Salmo 27.10 “...se meu pai e minha mãe me desampararem (me deixarem, partirem) o SENHOR me acolherá”.
Que o eterno amor do Pai nos envolva e nos traga salvação e cura!
No amor dEle, que nos amou primeiro,


Rev. Ézio Lima