sexta-feira, setembro 18, 2009

Trabalho real

“(...) o que fazermos então para realizar as obras de Deus?”

Jesus disse: “Sejam parceiros Daquele que Deus enviou.

Esse tipo de compromisso os faz realizarem as obras de Deus.”

João 6.28-29

O trabalho é a nossa participação ungida pelo Espírito na obra de Deus. Quando Jesus se levantou na sinagoga de Nazaré para anunciar que iria trabalhar e como iria fazê-lo, ele disse: “O Espírito do Senhor está sobre mim porque ele me ungiu...” (Lucas 4.18).

Em nossos textos bíblicos, unção significa receber uma incumbência de Deus. Significa emprego. Nós somos, de fato, informados de que há um trabalho a ser feito e que somos designados a realizá-lo, e que podemos fazê-lo. A unção conecta a nossa obra à obra de Deus. Unção é a conexão sacramental que liga a obra de Deus à nossa obra. Deus é um trabalhador, um criador. Deus faz coisas. Ele é, é claro; mas ele também age. E é em seus atos que conhecemos quem ele é.

Ungido por Deus, Davi entrou no mundo do trabalho. Ele trabalhou como pastor antes de ser ungido, trabalho que forneceu pano de fundo e metáfora a grande parte do Evangelho. No entanto, agora o trabalho de Davi foi claramente visto como designado e definido por Deus. Toda a obra de Davi agora era trabalho real.

Quero usar a expressão trabalho real para representar toda obra verdadeira. Estou usando esta expressão a fim de chamar a atenção para a dignidade essencial de uma obra assim, que a nossa obra é do mesmo tipo da obra de Deus. Toda obra verdadeira, genuína, é incluída sob o trabalho real. Estou usando a expressão aqui para distinguir a obra verdadeira da falsa, espúria, “obra” que destrói ou engana. Apenas porque energia é empregada para um determinado propósito não qualifica uma ação como obra. A verdadeira obra tem origem no Deus soberano, e o representa como alguém que expressa a sua soberania como trabalhador: trabalho real. Sacerdotes Reais, como os Cristãos são denominados (I Pedro 2.9), trabalham para dar ordem ao caos; guardar e lutar pela santidade das coisas e pessoas; livrar vítimas da injustiça, da desgraça e da indignidade; conceder perdão aos condenados e aos amaldiçoados; curar enfermidades; com sua simples presença dão dignidade e honra a povos e nações. A soberania de Deus não é abstrata – é uma soberania ativa e que se expressa no trabalho. Toda a nossa obra deve ser uma extensão dessa soberania e uma participação nela.

Rev. Eugene Peterson

Texto adaptado pelo Rev. Ézio Lima

quarta-feira, setembro 16, 2009

A vossa salvação está em terdes calma


Isaías 30.15-20
15. O Senhor, o Santo Deus de Israel, diz ao seu povo: “Se voltarem para mim e ficarem calmos, vocês serão salvos; fiquem tranqüilos e confiem em mim, e eu lhes darei a vitória. Mas vocês não quiseram fazer o que eu disse. 16. Pelo contrário, disseram assim: ‘Não! Nós vamos montar cavalos ligeiros e assim escaparemos do inimigo! ’ Pois fujam, se puderem; mas os cavalos dos inimigos são mais ligeiros do que os seus. (NTLH)

Na história de Israel, Deus pede ao seu povo duas coisas contraditórias: não fugir diante do perigo e não contar com as suas forças. Portanto, “Nós fugiremos a cavalo, correremos a galope!” é exatamente o que Deus não queria ouvir!
A identidade de Israel é a de um povo que, escravo no Egito, saiu de lá de “mãos vazias”, sem armas nem bagagens. O Êxodo tornou-se possível porque o próprio Deus se empenhou em abrir um caminho, aonde não havia nenhum. Israel teve apenas que se deixar conduzir. Mas, para se deixar conduzir, é necessário aceitar simultaneamente desprender-se do domínio dos acontecimentos e enfrentar o perigo como ele é: atravessar o mar, em vez de regressar ao Egito.
Não é raro ouvirmos a voz no interior de nós mesmos nos chamando de volta ao Egito “Foi por falta de túmulos no Egito que nos trouxeste para morrermos no deserto?” (Êxodo 14.11) protestam os Hebreus diante de Moisés. Toda uma parte de nós mesmos prefere o conforto da escravatura à dificuldade de olhar de frente os perigos da liberdade.
Aceitar avançar aonde não há caminho, desprender-se do domínio dos acontecimentos, saber contar com mais do que as suas próprias forças: eis a atitude que o profeta descreve pelas palavras “calma” e “salvação”. Se a salvação reside aí é porque a calma nos permite assumir a nossa própria vulnerabilidade e não a considerar como um obstáculo no caminho da liberdade.
Reconhecer-se vulnerável, sem “galopar”, é seguramente dar espaço ao “Deus de justiça” para agir, para nos “responder assim que nos ouvir”. Longe de nos conduzir à passividade, esta vulnerabilidade dá-nos a audácia de avançar sem previsão nem provisão.
Nas sociedades altamente tecnológicas, onde o medo do fracasso impede de correr riscos e onde se quer prever sempre tudo, é essencial redescobrir a audácia da vulnerabilidade. É esse o convite do Deus de Israel, aquele que “nos faz sair da casa de servidão” (Êxodo 13,3).

PARA MEDITAR


1) Como reajo perante situações de descontrole? O que me ajuda a reencontrar a calma?
2) Aceitar avançar aonde não há caminho, libertar-se do domínio dos acontecimentos, saber contar com uma coisa diferente das suas próprias forças: a fé ajuda-me nisso? Como?

Rev. Ézio Martins de Lima

domingo, setembro 13, 2009

FRASES DE VIKTOR FRANKL

O amor autêntico

O amor autêntico faz com que a pessoa amada veja com mais nitidez e em profundidade o outro, por isso o verdadeiro amor se manifesta numa relação em que o “tu exerce papel predominante” (1990:78).

Ansiedade Antecipatória

“... é da essência da ansiedade antecipatória gerar exatamente aquilo que é o seu objeto, ou seja, a coisa temida.” (1990:43)

Amor

O amor revela potencialidades adormecidas na pessoa amada, que ela ainda precisa concretizar (1985,30)