Isaías 30.15-20
15. O Senhor, o Santo Deus de Israel, diz ao seu povo: “Se voltarem para mim e ficarem calmos, vocês serão salvos; fiquem tranqüilos e confiem em mim, e eu lhes darei a vitória. Mas vocês não quiseram fazer o que eu disse. 16. Pelo contrário, disseram assim: ‘Não! Nós vamos montar cavalos ligeiros e assim escaparemos do inimigo! ’ Pois fujam, se puderem; mas os cavalos dos inimigos são mais ligeiros do que os seus. (NTLH)
Na história de Israel, Deus pede ao seu povo duas coisas contraditórias: não fugir diante do perigo e não contar com as suas forças. Portanto, “Nós fugiremos a cavalo, correremos a galope!” é exatamente o que Deus não queria ouvir!
A identidade de Israel é a de um povo que, escravo no Egito, saiu de lá de “mãos vazias”, sem armas nem bagagens. O Êxodo tornou-se possível porque o próprio Deus se empenhou em abrir um caminho, aonde não havia nenhum. Israel teve apenas que se deixar conduzir. Mas, para se deixar conduzir, é necessário aceitar simultaneamente desprender-se do domínio dos acontecimentos e enfrentar o perigo como ele é: atravessar o mar, em vez de regressar ao Egito.
Não é raro ouvirmos a voz no interior de nós mesmos nos chamando de volta ao Egito “Foi por falta de túmulos no Egito que nos trouxeste para morrermos no deserto?” (Êxodo 14.11) protestam os Hebreus diante de Moisés. Toda uma parte de nós mesmos prefere o conforto da escravatura à dificuldade de olhar de frente os perigos da liberdade.
Aceitar avançar aonde não há caminho, desprender-se do domínio dos acontecimentos, saber contar com mais do que as suas próprias forças: eis a atitude que o profeta descreve pelas palavras “calma” e “salvação”. Se a salvação reside aí é porque a calma nos permite assumir a nossa própria vulnerabilidade e não a considerar como um obstáculo no caminho da liberdade.
Reconhecer-se vulnerável, sem “galopar”, é seguramente dar espaço ao “Deus de justiça” para agir, para nos “responder assim que nos ouvir”. Longe de nos conduzir à passividade, esta vulnerabilidade dá-nos a audácia de avançar sem previsão nem provisão.
Nas sociedades altamente tecnológicas, onde o medo do fracasso impede de correr riscos e onde se quer prever sempre tudo, é essencial redescobrir a audácia da vulnerabilidade. É esse o convite do Deus de Israel, aquele que “nos faz sair da casa de servidão” (Êxodo 13,3).
PARA MEDITAR
1) Como reajo perante situações de descontrole? O que me ajuda a reencontrar a calma?
2) Aceitar avançar aonde não há caminho, libertar-se do domínio dos acontecimentos, saber contar com uma coisa diferente das suas próprias forças: a fé ajuda-me nisso? Como?
A identidade de Israel é a de um povo que, escravo no Egito, saiu de lá de “mãos vazias”, sem armas nem bagagens. O Êxodo tornou-se possível porque o próprio Deus se empenhou em abrir um caminho, aonde não havia nenhum. Israel teve apenas que se deixar conduzir. Mas, para se deixar conduzir, é necessário aceitar simultaneamente desprender-se do domínio dos acontecimentos e enfrentar o perigo como ele é: atravessar o mar, em vez de regressar ao Egito.
Não é raro ouvirmos a voz no interior de nós mesmos nos chamando de volta ao Egito “Foi por falta de túmulos no Egito que nos trouxeste para morrermos no deserto?” (Êxodo 14.11) protestam os Hebreus diante de Moisés. Toda uma parte de nós mesmos prefere o conforto da escravatura à dificuldade de olhar de frente os perigos da liberdade.
Aceitar avançar aonde não há caminho, desprender-se do domínio dos acontecimentos, saber contar com mais do que as suas próprias forças: eis a atitude que o profeta descreve pelas palavras “calma” e “salvação”. Se a salvação reside aí é porque a calma nos permite assumir a nossa própria vulnerabilidade e não a considerar como um obstáculo no caminho da liberdade.
Reconhecer-se vulnerável, sem “galopar”, é seguramente dar espaço ao “Deus de justiça” para agir, para nos “responder assim que nos ouvir”. Longe de nos conduzir à passividade, esta vulnerabilidade dá-nos a audácia de avançar sem previsão nem provisão.
Nas sociedades altamente tecnológicas, onde o medo do fracasso impede de correr riscos e onde se quer prever sempre tudo, é essencial redescobrir a audácia da vulnerabilidade. É esse o convite do Deus de Israel, aquele que “nos faz sair da casa de servidão” (Êxodo 13,3).
PARA MEDITAR
1) Como reajo perante situações de descontrole? O que me ajuda a reencontrar a calma?
2) Aceitar avançar aonde não há caminho, libertar-se do domínio dos acontecimentos, saber contar com uma coisa diferente das suas próprias forças: a fé ajuda-me nisso? Como?
Rev. Ézio Martins de Lima
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