quarta-feira, novembro 18, 2009

DESPEJANDO AMOR


“E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu.” (Romanos 5:5 – NVI)

De vez em quando a Bíblia nos lembra que o dar generoso começou no coração de Deus. Está mesmo no âmago do plano eterno Deus fez para resgatar o gênero humano pela morte e ressurreição de Jesus.
"Deus despejou o amor Dele em nossos corações", Paulo escreveu. Não podemos limitar estas palavras a mera retórica teológica. Paulo tinha experimentado este amor. Tendo crescido e sido treinado dentro da estrutura de pensamento da Lei, ele sabia o que significava sentir-se como se estivesse sempre aquém das expectativas. Sabia das demandas debilitadoras de uma religião que dizia que ninguém era suficientemente bom. Conhecia bem o terrível o fardo de se estar sempre em dívida com Deus.
E então ele entrou em contato com a graça do Deus de Jesus Cristo. Esta era uma dimensão do Deus de Israel que ele nunca tinha conhecido. E uma vez ele que se deu conta disto, nunca deixou de exaltar o Deus que o conduziu com seu amor, seu generoso amor.
Esta não era uma generosidade condicional. "Quando nós ainda éramos fracos", Paulo escreveu, "Cristo morreu pelos ímpios". Estas palavras familiares ameaçam passar por nossas cabeças sem a contemplação que elas merecem. Elas nos oferecem pelo menos duas mensagens. A primeira é que nós fomos e somos amado por Deus, através de Cristo, embora não fizéssemos nada para merecer seu afeto. Na realidade, nós contrariamos freqüentemente este amor, tal como um filho que irracionalmente se rebela contra seus pais.
O segundo pensamento é igualmente importante: O Deus que nos dá tão generosamente proveu um padrão de generosidade para adotarmos. No âmago de nossa generosidade deve haver um claro objetivo: Devemos ser generosos com o necessitado, com o fraco, com os que são vitimados por preconceitos e exclusões, não porque eles nos imploram que façamos assim, ou porque prometem nos elogiar ou nos apreciar, ou ainda porque nós esperamos algum benefício com isso. Não! Somos generosos com os outros porque Deus é generoso para conosco.
Devemos ser generosos porque Deus nos agracia com tudo que somos e temos. Devemos ser generosos como Deus é. E devemos ser tão generosos quanto Deus é. E isso requer maturidade e obediência de nossa parte.
Deus despejou amor no seu e no meu coração. Que possamos ser gente que saía por este mundo ‘despejando amor’ na vida dos outros!
No amor dAquele que nos amou primeiro,

Rev. Ézio Martins de Lima

domingo, novembro 15, 2009

“Das profundezas clamo a Ti, Senhor” - Salmo 130.1



“Somente nas profundezas do sofrimento e do desespero, os homens chegam a conhecer a graça”.
Martin Buber
Somos tão diferentes, e ao mesmo tempo tão iguais! Reagimos de forma tão diferente frente a situações idênticas. Somos diferentes na forma de perceber o mundo, de sentir o mundo e até de percebemos a nós mesmos. Gostamos de estilos musicais diferentes, de nos vestirmos diferentemente, e nossos gostos culinários são diferentes mesmo dentro de uma mesma casa. Temos aptidões diferentes, e dentro de uma mesma profissão, agimos de forma diferente. Também nos divertimos de forma diferente, rimos de coisas diferentes. Acreditamos em diferentes idéias, filosofias e legendas partidárias. Somos diferentes em nossa cor, altura, peso, forma de olhar, de falar, ou de não falar, de andar, acordar e dormir... Assim somos nós, os seres humanos: diferentes.
Não obstante nossas diferenças todos nós indistintamente temos algo similar, que nos torna iguais, que nos reporta a uma mesma identidade, à nossa humanidade: todos nós sabemos muito bem o que é a dor, o sofrimento! Na linguagem do Salmista: Todos nós conhecemos bem as profundezas!“Todos somos irmãos e irmãs no sofrimento. Ninguém chega até nós de uma casa que nunca conhece a tristeza”.
Como bem escreveu Philip Yancey, “O problema do sofrimento não é algo que se possa resolver facilmente e depois arquivar. Ouve-se o seu brado cada vez que um furacão fustiga algum lugar, cada vez que um vizinho descobre que seu filho é deficiente, cada vez que alguém da minha família fica sabendo do diagnóstico terrível de câncer, cada vez que um sintoma físico me obriga a ir ao médico”.
Há um interessante relato bíblico no livro de Êxodo, capítulo 14. Ele conta a história da saída do povo de Deus, do Egito, e de como, de repente, esse povo viu-se num verdadeiro “beco sem saída”. Mal haviam iniciado a caminhada e já parecia não haver futuro para eles, pois de um lado estava o mar insuperável; de outro, o deserto mortal e atrás o exército impiedoso de Faraó. O povo de Deus estava encurralado. Caíra numa verdadeira armadilha, tanto assim que o próprio Faraó disse: “estão desorientados”. Foi o primeiro momento de crise para o povo de Deus e também o seu primeiro grande teste de fé.
Às vezes nós nos encontramos em situações tão críticas quanto àquela do povo de Deus. Também enfrentamos momentos para os quais parece não haver saída. Há momentos que visitamos as profundezas do sofrimento! Pressionados por todos os lados desorientamo-nos totalmente. Nas situações de crise as mais diferentes reações são possíveis. Há aqueles que gostariam de fugir, mas sabem, tanto quanto nós, que a fuga não é a solução. Elias num momento de crise fugiu. Foi esconder-se numa caverna. Deus arrancou-o dali. Não há caverna capaz de proteger-nos de nossas crises.
Outros se revoltam e, na sua revolta, buscam sempre um bode expiatório para a situação. Encontrar um culpado é mais fácil do que enfrentar a crise que precisa ser resolvida.
Outros buscam saída em outros deuses. As pessoas em situação crítica, com facilidade entregam-se a outros deuses e a outros ídolos, num gesto desesperado para escapar da crise. É uma espécie de vale tudo. Vendem a própria alma, contanto que se salvem. Foi assim que nasceu o bezerro de ouro, no meio do povo de Deus.
E são muitos os que, no momento de crise, adoram o bezerro de ouro.
Mas há saída? Sim, há!
O texto nos dá inspiradora indicação nas situações de crise; mais do que nunca é preciso confiar em Deus. A salvação para o povo de Deus, naquele momento de crise, veio da forma mais inesperada: através do próprio mar.
Deus abre o seu caminho em meio às nossas crises e convida-nos para que marchemos com ele: “diga ao povo que marche”.
Todos nós vivemos momentos crise. Crises de toda ordem estão aí fechando caminhos. Em alguns momentos parece que não há saída para nós. Mas há. Há o caminho de Deus. Ele é a nossa esperança. Ele abre o mar, atravessa o deserto e vence o inimigo.
D’Ele, tão somente d’Ele vem a nossa salvação.
“Das profundezas clamo a Ti, Senhor”
Rev. Ézio Martins de Lima