Mãe,
carregaste-me no teu ventre,
qual uma semente que na terra germina e se transforma
Chegou um outro tempo, que o fizeste em teu colo,
e ainda que sem falar, compreendias-me tanto...
Discernia meus ruídos em madrugadas mal-dormidas,
sem que jamais perdesse a candura dos gestos de amor
Nos meus primeiros passos, tuas mãos me deram o norte
e quando as minhas pernas vacilavam,
as tuas corriam seguras;
Teus braços, como laços de amor, me entrelaçavam;
e a segurança que me davas, não me fizeram desistir de tentar outros passos!
Mãe,
Lembro-me das tuas mãos em oração,
Lembro-me dos teus lábios com hinos de amor,
Lembro-me da tua Bíblia aberta e de tantas histórias que aprendi a amar
Ah! Aquele berço humilde que me abrigava
Tornou-se o primeiro altar,
No qual eu aprendi a invocar o nome de Deus!
Com o teu amor, fizeste-me conhecer o Maior Amor,
Com o teu cuidado, ensinaste-me a olhar para Aquele que cuidava e cuida de ti
Com tua fé, deste-me o maior de todos os privilégios:
Saber que não estou sozinho, abandonado à própria sorte,
Pois se não podes carregar-me agora,
Ensinaste-me em quem posso confiar sempre...
“Haverá mãe que possa esquecer seu bebê que ainda mama e não ter compaixão do filho que gerou? Embora ela possa esquecê-lo, eu não me esquecerei de você!”. (Isaías 49.15)
Rev. Ézio Martins de Lima
Ps. Poesia escrita em homenagem à minha mãe, Diva Costa Souza, mulher guerreira, de fibra e fé. Mas é também uma homenagem às mães cujos os olhos em Cristo as tornam muito mais do que genitoras!