quarta-feira, outubro 24, 2007

GPS CELESTIAL


“Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apóie em seu próprio entendimento.” Provérbios 3:5

Já me perdi muitas vezes dirigindo um carro. Não sou o único, pois a maioria dos motoristas também se perde muitas vezes. A sensação de não saber onde estamos e para onde ir não é nada agradável. Especialistas dizem que quando nos perdermos desperdiçamos nosso tempo, energia e recursos e muitas vezes nos expomos ao perigo. O conselho que nos dão é simples: antes de sair de casa devemos conferir se temos um mapa ou as direções corretas. Melhor ainda seria ter no carro um GPS, um pequeno aparelho conectado aos satélites que indica exatamente onde você está. Neste mês, vamos refletir sobre a nossa jornada espiritual: seu ponto de partida e seu destino, suas curvas acentuadas e atrasos, seus desafios e bênçãos. E a primeira sugestão para iniciar uma jornada de fé bem sucedida é esta: “Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apóie em seu próprio entendimento.” A Bíblia com freqüência chama o Senhor de nosso Pastor. Poderíamos hoje dizer que Ele é o nosso GPS. Se confiarmos nesse GPS, nunca nos perderemos!Há métodos alternativos e mapas, os mais estranhos, para nos guiar na jornada da vida. Não confie em nenhum deles, nem na sua própria intuição. Confie o Senhor e siga somente Ele.

(autor desconhecido)

segunda-feira, outubro 22, 2007

Missão:Onde? Quando? Quem?

O conceito que temos sobre Missão é quase sempre “transcultural”. Quando pensamos em um missionário imaginamos alguém pregando o Evangelho em outro país, ou alguém que integralmente dedica-se como pregador em uma determinada localidade. Isto tudo é verdade, mas não é a verdade toda.
Esta compreensão parcial do que é Missão tem feito com que sejamos apáticos em nossa vida cristã e omissos em nossa responsabilidade para com o Reino de Deus. Creio que podemos fazer missão de três formas: com os joelhos no chão (oração), com a mão no bolso (contribuindo financeiramente) e com o pé na estrada (indo e pregando). Já ouvi alguns pregadores afirmarem: ‘se você não pode ir, contribua com quem vai; se não pode contribuir, ore por aqueles que foram’. Isto também é verdade, mas não é a verdade toda. Infelizmente esta verdade parcial serve quase sempre para justificar nossa letargia no que concerne à Missio Dei
[1].
Devemos ter em mente que a Missão de Deus deve ser realizada pela Igreja “aqui”, “ali” e “acolá”. É verdade que alguns são chamados para pregar o Evangelho ‘ali’ e outros ‘acolá’, mas todos são chamados para pregar o Evangelho “aqui”! A Igreja, porque compreende globalmente a Missão, não esquece que precisa vivê-la também localmente. A compreensão da totalidade da verdade sobre a Missão não permite que nos esqueçamos dos desafios de perto: o crescimento da igreja local, os pobres e necessitados na esquina, a responsabilidade da evangelização em nosso bairro e a necessidade de sermos uma bênção para nosso vizinho.
A compreensão da Missão da Igreja passa, portanto, pela compreensão de nossa própria vocação. Ser cristão é ter consciência de que se é eleito, chamado, vocacionado e enviado: “Portanto, não te envergonhes do testemunho de nosso SENHOR (...) antes participa das aflições do evangelho segundo o poder de Deus, Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos; (II Timóteo 1 :8-9)
Os eleitos, conscientes de sua vocação, não se envergonham do Evangelho e, por isso, crêem na possibilidade de serem, ao mesmo tempo, uma bênção para os de perto e para os de longe! Isto acontece somente quando nos dispusermos a transpor o abismo que separa nossa confissão da nossa ação; quando somarmos à ortodoxia a ortopraxia; enfim, quando o que cremos no coração não destoar daquilo que pratica a nossa vida.
A compreensão da Missio Dei refletirá naturalmente em nossa auto-compreensão do ‘ser cristão’ e, conseqüentemente, em nossa eclesiologia. Em outras palavras, compreendendo a Missão, compreendo o propósito da minha própria vida no contexto do Reino de Deus, bem como o propósito da minha vida e vocação na igreja local. A compreensão da Missio Dei leva-nos a compreender e viver a igreja consoante ao conceito bíblico.

Num conceito neotestamentário "Igreja" é uma comunidade sem fronteiras e, portanto creio que há necessidade de sacramentalizarmos mais os "santos" e menos os "templos". Missões não é um programa eclesiástico, é a respiração da Igreja. Lembro que entre a tribo Konkomba há uma expressão que diz: “respiração é vida – não é preciso pensar para respirar; não é preciso pensar para viver” (...) Algo que precisamos entender agora é que não se consegue proclamar realmente o evangelho sem primeiro ser realmente evangélico, no conceito de Deus. Começaremos a fazer Missões à medida que formos santos perante o Senhor!
[2]

Depois de meditarmos nestas importantes questões, podemos responder as perguntas do nosso título:
Se não for aqui, onde?
Se não for agora, quando?
Se não for você, quem?


Soli Deo Gloria

Rev. Ézio Martins de Lima

[1] Missio Dei – (Missão de Deus). O termo foi cunhado a partir da compreensão de que a Missão é de Deus, e não da Igreja; esta recebe o mandato e o privilégio de ser cooperadora de Deus, enquanto instrumento na pregação do Evangelho do Senhor Jesus Cristo.
[2] Rev. Ronaldo Lidório.