terça-feira, abril 28, 2009

O Evangelho da Graça na perpectiva de Paulo

• A graça de Deus é a totalidade pelo que homens e mulheres são tornados justos (Rm 3:24; Tt 3:7).
• Pela graça Paulo foi chamado (Gl 1:15).
• Deus derrama sua gloriosa graça sobre nós em seu Filho (Ef 1:6).
• A graça de Deus foi manifestada para a salvação de todos (Tt2:ll).
• A graça de nosso Senhor superabundou com a fé e o amor que há em Jesus Cristo (1Tm 1:14).
• A graça é depósito ao qual temos acesso através de Jesus Cristo (Rm5:2).
• É um estado ou condição em que nos encontramos (Rm 5:2).
• É recebida em abundância (Rm 5:17).
• A graça de Deus abundou mais que o pecado (Rm 5:15, 20,2I;6:1).
• É-nos dada em Cristo (ICo 1:4).
• Paulo não a recebeu em vão (2Co 6:1).
• A superabundante graça de Deus está dentro do cristão
• (2Co 9:14).
• Ela se estende para mais e mais pessoas (2Co 4:15).
• A graça contrasta com as obras, que carecem do poder para salvar; se as obras tivessem esse poder, a realidade da graça seria anulada (Rm 1 l:5ss; Ef 2:5,7ss; 2Tm 1:9).
• A graça contrasta com a Lei. Tanto judeus quanto gentios são salvos pela graça do Senhor Jesus (At 15:11).
• Apegar-se à Lei é anular a graça (Gl 2:21); e quando os gálatas aceitaram a Lei caíram da graça (Gl 5:4).
• O cristão não está debaixo da Lei, mas debaixo da graça (Rm6:14ss).
• A graça contrasta com o que é dívida (Rm 4:4).
• O evangelho, que é a boa nova da graça, pode ele mesmo ser chamado de graça (At 20:24) ou de palavra da graça (At 14:3; 20:32).

O Deus de toda graça

Série: GRAÇA RADICAL

O Deus de toda graça

Texto: Lucas 15.11-24


Intr. Hoje, e nos próximos domingos, voltaremos nossos olhos e coração para está parábola. Vamos mergulhar nestes versículos, de 11 a 32, e conversar sobre 5 temas: Pecado, Arrependimento, Graça, Alegria e Filiação. Todos os temas apontam para o tema central destas mensagens: A Graça Radical.

Hoje o nosso tema é: “O Deus de toda graça”, vamos atentar para o “pai” dos dois filhos desta tão conhecida, mas tão pouco compreendida parábola.

Transição: um olhar mais profundo no contexto sócio-histórico que envolve a parábola...

Perceba as ações do filho mais novo

1. O grito de independência: “Pai, dá-me a parte que me cabe dos bens...” (Lucas 15:12). Independência ou morte! Já não mais agüentava as restrições impostas pelo regimento interno do lar, da sinagoga e da aldeia.. Usando as palavras de Jack Winter: “Pai, não posso esperar o senhor morrer. Dá-me o que por direito me pertence, para eu ir embora e cuidar da minha vida”2.

2. A temporada de caça à felicidade: “... lá dissipou todos os bens, vivendo dissolutamente” (Lucas 15:13). O termo pródigo significa esbanjador. E aqui nos deparamos com alguém que para atingir o êxtase não perdia uma festa. Os prazeres foram transitórios, mas suficientes para fazê-lo gastar tudo que tinha (e que era herança, portanto, o que era do pai e foi dado por este).

3. A decisão de continuar longe da casa do pai: “Então ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra...” (Lucas 15:15). No lugar do pródigo, você admitiria publicamente que errou ao rebelar-se contra as ordens do pai? Por que o rapaz não arrumou as trouxas e retornou imediatamente à casa paterna? Porque nossa rebelião pode até ser pública, mas os infortúnios que colhemos nos envergonham e tentamos ocultá-los de outros. O que ele fez? Saiu a procura de uma solução criativa; isto é, qualquer emprego que o mantivesse longe da casa paterna. Não demorou, porém, e descobriu aquilo que não queria admitir:

a) Continuava com fome (Lucas 15:16 e 17).

b) Para o fazendeiro aos porcos eram mais importantes do que ele

c) Seus esforços só pioraram o seu quadro: ele que já estava no fundo do poço, agora está no fundo do chiqueiro.

d) Ele descobriu, reconheceu, admitiu que precisava do pai.

Atente para as ações do Pai:

Atentemos para três ações do pai, nas quais injetou graça e amor incondicionais na vida desregrada do pródigo:

O pai amava o filho o suficiente para permitir-lhe que saísse de casa.

O pai amoroso não o deserdou e nem retirou a sua mesada. Poderia até condená-lo à morte, porém, infundiu perdão e amor incondicional concedendo ao rebelde o direito à vida. Ele amava tanto que não impediu a saída do filho com tudo o que não tinha direito.

O pai amava o filho tão profundamente que esperava todos os dias que ele voltasse para casa.

Queria ser o primeiro a dar-lhe as boas vindas e, desta forma, remover os possíveis obstáculos neste retorno à casa do pai. Georges Chevrot auxilia-nos na compreensão deste ponto-de-vista: “Que teria acontecido se naquela tarde, cansado de esperar, o pai não tivesse subido ao terraço? Ou se o filho pródigo, à entrada da casa, não tivesse encontrado senão um servo que o enxotasse brutalmente, tomando-o por um vagabundo? Ou – nem é bom pensar nisso – se tivesse topado com irmão mais velho”? Nada disso aconteceu. O pai saudoso aguardava continuamente o retorno do filho.

O pai amava tanto o seu filho, que quando este regressou ao lar ele não condenou pelos seus erros, mas perdoou-lhe, e celebrou a volta com um grande banquete.

Bailey acentua que “o que o pai faz nesta cena deve ser entendido como uma série de atos dramáticos calculados para proteger o rapaz da hostilidade da aldeia, e restaurá-lo à comunhão da comunidade”.

Quais foram estas ações dramatizadas?

1) A corrida da compaixão: O pai não conseguiu esperar a chegada daquele morto de fome. Esqueceu a sua idade, menosprezou os costumes dos nobres orientais e saiu correndo para reconquistá-lo publicamente.

2) Os abraços e os beijos da reconciliação: A platéia ficou boquiaberta: o menino ainda cheirava a porcos, e o pai o beijou repetidamente no rosto em um gesto público de reconciliação e perdão (Gênesis 33:4). Se não o beijasse no rosto certamente o filho beijaria suas mãos e seus pés. Ali o pródigo continuou a mudar de idéia acerca do pai.

3) O banquete de recepção: “O pecador sempre fica surpreso quando o castigo é suspenso”7. Preparado psicologicamente até para ser enxotado da aldeia e do lar, o pródigo foi surpreendido: “ele ainda me trata como filho”; contudo, a melhor roupa, o melhor sapato, o anel de filiação, o novilho cevado e o banquete foram apenas amostras da alegria que inundou o coração pai amoroso pela mudança de opinião do filho rebelde.

Philip Yancey: “O mundo pode fazer quase tudo tão bem ou melhor do que a igreja. Você não precisa ser cristão para construir casas, alimentar os famintos ou curar os enfermos. Há apenas uma coisa que o mundo não pode fazer. Ele não pode oferecer graça”

Conclusão

Quero terminar esta mensagem com um olhar para o universo ao nosso redor... Neste lugar onde às vezes podemos nos sentir sozinhos, assim como o filho prodigo em seu momento de autoconsciência...

Contemplando a ordem da Terra, do sistema solar e do universo estelar, cientistas e estudiosos concluíram que o Grande Projetista não deixou nada para o acaso.

A inclinação da Terra, por exemplo, de 23 graus, produz as nossas estações. Os cientistas dizem-nos que, se a Terra não tivesse a exata inclinação que tem, os vapores dos oceanos mover-se-iam para norte e sul, cobrindo os continentes de gelo.

Se a Lua estivesse a 80 mil quilômetros da Terra, em vez de 320 mil, as marés seriam tão enormes que todos os continentes seriam submergidos pela água — até mesmo as montanhas seriam afetadas pela erosão.

Se a crosta terrestre fosse apenas três metros mais grossa, não haveria oxigênio, e sem ele toda a vida animal morreria.

Se os oceanos fossem uns poucos metros mais profundos, o dióxido de carbono e o oxigênio teriam sido absorvidos e nenhuma vida vegetal poderia existir.

O peso da Terra foi estimado em seis sextilhões de toneladas (isso é um 6 seguido de 21 zeros). Ela tem, ainda assim, um equilíbrio perfeito e gira com facilidade no seu eixo. Ela revolve diariamente à razão de mais de 1.600 quilômetros por hora ou quarenta mil quilômetros por dia. Num ano isso dá mais de catorze milhões de quilômetros. Considerando o extraordinário peso de seis sextilhões de toneladas girando a essa fantástica velocidade ao redor do seu eixo invisível, as palavras de Jó 26:7 assumem significado sem paralelo: "Ele ...faz pairar a terra sobre o nada".

A Terra revolve em sua própria órbita ao redor do Sol, percorrendo a cada ano o longo circuito elíptico de 965 milhões de quilômetros — o que significa que viajamos nessa órbita à velocidade de trinta quilômetros por segundo, ou 1.800 quilômetros por hora.

Jó nos convida ainda a meditar sobre "as maravilhas de Deus" (37:14). Considere o Sol. Cada metro quadrado da superfície do Sol emite constantemente um nível de energia de 130 mil cavalos-força (isto é, aproximadamente 450 motores de oito cilindros) em chamas que estão sendo produzidas por uma fonte de energia muito mais potente que carvão.

Os nove grandes planetas no nosso sistema solar distam do Sol entre 57 milhões e cerca de cinco trilhões e oitocentos bilhões de quilômetros; cada um deles gira ao redor do Sol com absoluta precisão, com órbitas que variam entre 88 dias para Mercúrio e 248 anos para Plutão.

Ainda assim o Sol é apenas uma estrela menor nos 100 bilhões de astros que compõem a nossa galáxia, a Via Láctea. Se você fosse capaz de enxergar bem o suficiente, uma moeda de dez centavos estendida à distância de um braço ocultaria quinze milhões de estrelas.

Quando tentamos apreender mentalmente as quase incontáveis estrelas e outros corpos celestes encontrados na nossa Via Láctea, apenas, somos levados a ecoar o hino de louvor de Isaías ao Todo-Poderoso Criador: "Levantai ao alto os olhos e vede. Quem criou estas coisas? Aquele que faz sair o seu exército de estrelas, todas bem contadas, as quais ele chama pelo nome; por ser ele grande em força, e forte em poder, nem uma só vem a faltar" (40:26).

A criação revela tanto poder que desconcerta nossa mente e deixa-nos sem palavras. Somos enamorados e encantados pelo poder de Deus. Gaguejamos e hesitamos diante da santidade de Deus. Trememos diante da majestade de Deus... e apesar disso mostramo-nos melindrosos e ressabiados diante do amor de Deus.

Fico estupefato diante da difundida recusa, em nossas terras, em pensar-se grande sobre um Deus amoroso.

Temos de sair para um deserto de algum tipo (seu quintal serve) e adentrar uma experiência pessoal com o assombroso amor de Deus. Então poderemos concordar com conhecimento de causa, com o místico inglês Julián de Norwich: "A maior honra que podemos dar ao Deus Todo-Poderoso é viver com alegria pelo conhecimento do seu amor". (Extraído do livro “Evangelho Matrapilho”, de Brennam Manning, Ed. Mundo Cristão)

Sim, o Deus gracioso encarnado em Jesus Cristo nos ama, Ele é o Deus de TODA GRAÇA!

Rev. Ézio Lima
Esboço da mensagem pregada no culto do dia 26.04.2009