quinta-feira, abril 17, 2008

FERIDOS QUE FEREM OU FERIDOS QUE CURAM?



Conforme lidamos com as nossas feridas podemos nos tornar feridos que ferem ou feridos que curam. A Bíblia fala de dois tipos de tristeza: uma tristeza "mundana" que leva à autocomiseração, que nos faz assumir o papel de vítima e "produz morte"; e uma tristeza na perspectiva de Deus que pode gerar transformação e vida (2 Coríntios 8.10).

Mergulhando na história da nossa vida, encontramos momentos dramáticos em que tivemos que fazer a escolha crucial de nos tornarmos amargurados por nossas feridas ou feridos que curam. O filme "Patch Adams: o amor é contagioso" fala de um homem que fez a escolha de ser um ferido que cura e quase desistiu quando uma nova ferida o empurrou à beira do precipício. Para seu próprio bem e o bem das pessoas à sua volta, ele finalmente escolheu seguir o princípio bíblico de "vencer o mal com o bem” (Romanos 12.21). Na maioria das vezes optamos por uma solução intermediária, mesclando sentimentos de mágoa e o desejo de superar.

Nossa experiência pessoal de feridos curados pelo amor incondicional de Deus é que nos permite ser presença de consolo na vida daqueles que sofrem. Enquanto perseguimos nossa felicidade como prioridade absoluta, faremos isto à custa do bem estar do outro. Mas ao buscar minorar a dor do nosso próximo, encontraremos a plenitude de alegria para a qual fomos criados.

A cruz de Cristo proclama que a vida não se preserva negando a dor, o sofrimento e a morte, mas acolhendo o ciclo dor, da morte e ressurreição. Por isto, somos chamados a "levar sempre nos corpo o morrer de Jesus para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo” (2 Coríntios 4:10). Assim, em vez de fugir do sofrimento através de uma vida artificial, podemos superá-lo com o bálsamo do amor de Deus que tem o poder de transformar inclusive o “mal em bem”.

Precisamos, portanto, olhar para os retalhos da nossa vida na perspectiva de Cristo, que venceu o mal e a morte. Somente assim poderemos usá-los na confecção de uma obra de arte, fruto do milagre de Deus, que é a nossa existência à luz do amor de Deus e na dependência do Espírito Santo.

No amor dAquele que nos amou primeiro,

Rev. Ézio Lima

segunda-feira, abril 14, 2008

PORTADORES DE CRISTO

Alguns podem atá achar que o meu relato e bem diferente da sua própria experiência. Você mesmo talvez pense que nunca se sentiu realmente ajudado por um Cristo invisível, mas que tem freqüentemente recebido ajuda de outros seres humanos. Isso nos lembra aquela mulher da Primeira Guerra Mundial que disse que se tivesse um racionamento de pão, isso não afetaria a casa dela porque eles sempre se alimentaram de torradas. Se não há pão, não haveria torradas. Sem a ajuda de Cristo, você também não teria a ajuda de outros seres humanos.

Ele trabalha em nós de várias formas, e não apenas por meio do que pensamos ser a nossa vida religiosa. Ele age por meio da natureza, dos nossos próprios corpos, de livros, e às vezes até por meio de experiências que parecem anticristãs (no momento em que ocorrem). Quando um jovem que freqüentava a igreja simplesmente pela força do hábito se dá conta de que honestamente não acredita no cristianismo e pára de ir - desde que ele o faça por uma questão de honestidade e não apenas para aborrecer os seus pais - o espírito de Cristo provavelmente nunca tenha estado tão próximo dele como quando tomou tal decisão. Mas, acima de tudo, Deus trabalha em nos por meio da interação de uns com os outros.

Os seres humanos são espelhos ou mensageiros de Cristo para outros seres humanos. Muitas vezes somos mensageiros inconscientes. Esse bom contagio pode chegar a outros mesmo por quem não foi atingido por ele. Pessoas não cristas, elas mesmas, me ajudaram a alcançar o cristianismo. Mas em geral são as pessoas que conhecem a Deus que o levam aos outros. Eis por que e tão importante que toda a Igreja e todo o corpo de Cristo o reflita uns aos outros. Pode-se dizer que, quando dois cristãos seguem a Cristo juntos, há não apenas duas vezes mais cristianismo do que se estivessem separadas, mas dezesseis vezes mais.

C. S. Lewis - Cristianismo Puro e Simples