“Pois, por meio da fé em Cristo Jesus, todos vocês são filhos de Deus. Porque vocês foram batizados para ficarem unidos com Cristo e assim se revestiram com as qualidades do próprio Cristo. Desse modo não existe diferença entre judeus e não-judeus, entre escravos e pessoas livres, entre homens e mulheres: todos vocês são um só por estarem unidos com Cristo Jesus” (Gálatas 3.26-28)
Neste último sábado, 08/03, celebrou-se o “Dia Internacional da Mulher”. A celebração desta data, contudo, muitas vezes acaba por reforçar exatamente o que se pretende combater. A mulher é apresentada como um ser que carece de piedade por parte dos homens; por ser frágil, carece de cuidado. Algumas propagandas neste período (especialmente de cosméticos) cometem o disparate de apresentar a mulher como mero objeto a ser adornado para o deleite dos olhos masculinos... Na data que pretende combater o preconceito, reforça-se o preconceito.
O texto de Gálatas, escrito pelo Apóstolo Paulo (tantas vezes erroneamente acusado de machismo), apresenta o resumo do ensino inaudito de Jesus Cristo com relação à mulher: não existe diferença entre homens e mulheres. Obviamente que não se trata aqui das diferenças que são visíveis e inquestionáveis, mas daquelas que se originam da cultura da dominação e do preconceito, e que resultam na humilhação, na coisificação e toda espécie de violência sobre o gênero feminino.
Triste fato é que nem todas as igrejas que se dizem cristãs são fiéis à mensagem de Cristo. Utiliza-se muitas vezes a própria Bíblia para excluir as mulheres dos postos de liderança, como se fossem inferiores, passionais (às são tratadas como não muito inteligentes ou capazes).
“não existe diferença (...) entre homens e mulheres: todos vocês são um só por estarem unidos com Cristo Jesus” (Gálatas 3.28).
Em Cristo as diferenças são desfeitas. A mulher deve ser honrada não porque se parece com um bibelô que carece de cuidados especiais, mas porque não há diferenças que justifiquem qualquer tipo de rebaixamento do gênero.
Enquanto igreja que pretende ser fiel à mensagem poderosa de Jesus Cristo, não podemos negligenciar o fundamental, imprescindível e inquestionável valor da mulher em nossa comunidade de fé. Toda violência, quer seja moral, psicoemocional e física, deve ser taxativamente combatida. A luta pelos direitos da mulher não deve ser uma luta apenas das mulheres, mas de todo cristão que aprendeu que “em Cristo não há diferença entre homens e mulheres”.
Rev. Ézio Martins de Lima