sexta-feira, agosto 03, 2007

Ser grande é optar por ser menor...

"Cada dia é o dia do julgamento, e nós, com nossos atos e nossas palavras, com nosso silêncio e nossa voz, vamos escrevendo continuamente o livro da vida. A luz veio ao mundo e cada um de nós deve decidir se quer caminhar na luz do altruísmo construtivo ou nas trevas do egoísmo. Portanto, a mais urgente pergunta a ser feita nesta vida é: 'O que fiz hoje pelos outros?'"
Martin Luther King

Conta um escritor que certo dia acompanhou um amigo até à banca de jornais onde este costumava comprar o seu exemplar diariamente. Ao se aproximarem do balcão, seu amigo cumprimentou amavelmente o jornaleiro e como retorno recebeu um tratamento rude e grosseiro. O amigo pegou o jornal, que foi jogado em sua direção, sorriu, agradeceu e desejou um bom final de semana ao jornaleiro. Quando ambos caminhavam pela rua, o escritor perguntou ao seu amigo: - Ele sempre o trata assim, com tanta grosseria? - Sim, respondeu o rapaz. Infelizmente é sempre assim. - E você é sempre tão polido e amigável com ele? Perguntou novamente o escritor. - Sim, eu sou, respondeu prontamente seu amigo. - E por que você é educado, se ele é tão grosseiro e inamistoso com você? - Ora, respondeu o jovem, por que não quero que ele decida como eu devo ser.

Se as pessoas nos tratam com aspereza, com grosseria ou falta de educação, estão nos mostrando o que têm para oferecer. Contudo, não precisamos agir da mesma forma, se temos algo melhor para dar e uma outra face da realidade para mostrar.
Assim, lembremos sempre que, quando uma pessoa nos ofende ou maltrata, o problema é dela, mas quando nós a ofendemos ou maltratamos, o problema é nosso. Por isso, é sempre recomendável uma ação coerente avalizada pela graça, ao invés de uma reação impensada motivada pelo orgulho.
Se lhe oferecem grosseria, faça diferente: seja cortês.
Se lhe tratam com aspereza, responda com amabilidade.
Se lhe dão indiferença, doe atenção.
Se lhe ofertam mau humor, retribua com gentileza.
Se lhe tratam com rancor, responda com ternura.
Se lhe presenteiam com o ódio, anule-o com o amor.
A grandeza de caráter não consiste em retribuir o mal com o mal, que diminui ou anula o outro, mas retribuir o mal com o bem, que é a ação de amor gratuito que exige menos perfeição do outro.
A fé cristã é mesmo paradoxal! Ser grande é optar por ser menor... enfim, ser humilde!

No amor dEle!





quarta-feira, agosto 01, 2007

Coração de Pastor!

“Portanto, apelo para os presbíteros que há entre vocês, e o faço na qualidade de presbítero como eles (....), pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados... “ (I Pedro 5.1-2 - Bíblia NVI)

Celebra-se hoje o “Dia do Presbítero”. A data foi escolhida porque no dia 01/08 de 1862 foram eleitos os primeiros presbíteros brasileiros.
A palavra “presbítero” significa literalmente “ancião”. A igreja, contudo, desde os primeiros séculos compreendia que não era a idade o fator determinante, mas sim a experiência de vida cristã, as habilidades naturais, os dons espirituais, a vida íntegra na comunidade de fé e o bom testemunho para com os de fora da igreja, que qualificam alguém para o exercício do presbiterato (I Timóteo 3.1-7; Tito 1.6-11).
Os presbíteros, de acordo com o ensino bíblico, são aqueles que, qualificados segundo o ensino das Escrituras, são eleitos pela igreja para os ministérios do pastoreio (Atos 20.17 e 28; I Pedro 5.1-2), do ensino (Tito 1.9) e do governo (Atos 15,22; 16.4). Isto posto, a igreja ao eleger presbíteros, delega-lhes a autoridade para o exercício das funções determinadas pela própria Palavra de Deus.
Aqueles que são chamados por Deus para serem presbíteros têm sobre os ombros uma grande responsabilidade. O privilégio de servir a Deus através do ministério que Ele mesmo nos concede vem sempre acompanhado de grandes desafios! O paradigma continua sendo o mesmo! Seguir as pegadas do Senhor Jesus em direção ao cuidado dos outros, significa também pisar no terreno das incompreensões, das críticas, da rejeição... Tantas e quantas vezes o coração de pastor, atingido pelos dardos inflamados da incompreensão por parte daqueles que deveriam ser suporte, se torna abatido, cansado e perplexo! Desistir? Claro que não! Aquele que tem consciência do seu chamado não deserta, ainda que esteja na trincheira sob fogo cruzado! O Senhor que nos arregimentou não nos abandona na batalha! Se há desafios, há também bênçãos sem medida! Se há críticas, há também a presença consoladora do Espírito Santo. E como Paulo, podemos dizer: “Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos...” ( 2 Co 4.8-9)
Neste “Dia do Presbítero” quero expressar meu sincero reconhecimento e gratidão a Deus pela vida dos meus irmãos e irmãs, cujo coração de pastor os tem feito suporte ao meu ministério e meus companheiros (os que comem do mesmo pão) no pastoreio da Igreja do Senhor.
Amados Presbíteros, parabéns pelo “dia de vocês!”’
No Amor dAquele que nos amou primeiro,

Ézio Lima, pr

Doar, Dar…

Ninguém é tão pobre que não tenha o que dar, ou tão rico que não tenha o que receber. Não é possível pensar em paz enquanto o mundo permanece dividido em dois grupos: os que dão e os que recebem. A verdadeira dignidade humana encontra-se tanto em dar quanto em receber. Isso se aplica não só aos indivíduos mas também às nações, culturas e comunidades religiosas. Uma verdadeira visão de paz testemunha uma reciprocidade contínua entre dar e receber. Não deixemos de perguntar a nós mesmos o que estamos recebendo daqueles a quem damos antes de fazê-lo, e nunca recebamos antes de perguntar o que devemos dar àqueles de quem recebemos..Dar é muito importante: dar discernimento, esperança, coragem, conselho, apoio, dinheiro e, acima de tudo, dar-nos a nós mesmos. Sem dar não há fraternidade e irmandade. Mas receber é igualmente importante, porque ao fazê-lo revelamos aos doadores que eles têm algo a oferecer. Quando dizemos “obrigado, você me deu esperança; obrigado, você me deu uma razão para viver; obrigado, você permitiu que eu percebesse meu sonho”, fazemos os doadores se conscientizarem de seus dons únicos e preciosos. Às vezes é apenas nos olhos dos que recebem que os doadores descobrem esses dons...
Henri Nouwen
Quem é Henri Nouwen?

segunda-feira, julho 30, 2007

“Eu falei, mas você não ouviu”



“Falou o Senhor a Manassés e ao seu povo, porém não deram ouvidos”. (II Crônicas 33.10)

Quão decepcionante é estarmos empolgados com certo fato que muito nos alegrou o coração, mas ao contarmos para uma pessoa do nosso círculo íntimo percebemos que ela nem mesmo ouviu o que dissemos! Os especialistas em relacionamento dizem que o ouvido atento expressa interesse, desejo de conhecimento do outro, afeto, preocupação e valorização. Podemos resumir dizendo que “O coração que ama tem um ouvido atento”.
O texto transcrito acima é uma exortação que devemos levar a sério! Lendo-o imaginei o Senhor falando:
“Você acordou cedo hoje, mas com tanta pressa nem orou pedindo a minha bênção sobre o seu dia. Eu falei, mas você com tanta pressa não ouviu...
Durante o seu dia, tantas coisas você fez! O trabalho, os filhos, a casa... Tantas contas pra pagar... Você teve medo, sentiu-se sozinho, não soube em um determinado momento qual decisão tomar... mas você nem mesmo se lembrou de me buscar alguns minutos em oração e na leitura da minha Palavra, ‘eu tinha tanto pra falar, mas você não tinha tempo pra ouvir’
A semana se passou. O domingo chegou. Você justificou sua ausência na Escola Dominical: ‘estou tão cansado. Acordei a semana inteira tão cedo. Irei dormir até mais tarde...’ Você nem dormiu mais do que o comum, não é? Talvez apenas mais alguns minutos... e você ganhou algo com isso? Sei que não! No estudo da minha Palavra você ouviria a minha voz, saber os caminhos certos a seguir em todas as áreas de sua vida. Eu tinha tanto pra falar, mas você preferiu não ouvir...
O culto à noite começou. O primeiro texto foi lido chamando a igreja para o momento ímpar da adoração, mas você chegou atrasado e não acompanhou a leitura. “Eu falei, mas você não ouviu”
O hino foi cantado. Mas você não prestou atenção no que estava cantando.... “Eu falei, mas você não ouviu”. Depois vieram os cânticos. Muitas pessoas que me ouviram durante toda a semana estão quebrantadas... Mas você parece estar com bloqueios. Seu coração se fecha. Você então se distraiu. Você passou a folhear a Bíblia, prestar atenção na atitude das outras pessoas... “Eu falei com você, mas você não ouviu”.
O pastor leu texto da mensagem da noite. Você leu o texto. Mas você não parece estar disposto a ouvir. Ainda fica se distraindo. Quando eu falo com você, você ainda acha que estou falando com outras pessoas. Ainda acha que Palavra que eu digo sempre é para os outros. Seu coração está bloqueado. Você não quer me ouvir. O Profetas Zacarias profetizou certa vez esta Palavra que coloquei em sua boca: “Assim como eu clamei, e eles não ouviram, assim também eles clamaram, e eu não ouvi, diz o Senhor dos exércitos...” (Zacarias 7.13).
Contudo, não deixarei de falar. Você pode usar de todas as desculpas ou justificativas, mas nunca poderá dizer que eu não falei com você! Sempre estou falando... sempre... E Minha Palavra é fiel! Eu não volto atrás. Ouça a minha voz! Eis que falo: “Então te farei prosperar grandemente em todas as obras das tuas mãos (...) quando obedeceres à voz do Senhor teu Deus, guardando os seus mandamentos e os seus estatutos (...); quando te converteres ao Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma”. (Dt. 30.9-10)

“Estou falando agora, você está ouvindo?”

Rev. Ézio Martins de Lima