sábado, julho 25, 2009

A ORAÇÃO FAZ DEUS MUDAR DE IDÉIA? - Parte III

Mas então as pessoas dizem: se você não pode mudar a mente de Deus, de que adianta orar? Se a oração não muda as coisas, ela é inútil.

Vamos agora para o segundo princípio.

Antes leiamos alguns textos:

I Crônicas 4.9-10:

“Foi Jabez mais ilustre do que seus irmãos; sua mãe chamou-lhe Jabez, dizendo: Porque com dores o dei à luz. Jabez invocou o Deus de Israel, dizendo: Oh! Tomara que me abençoes e me alargues as fronteiras, que seja comigo a tua mão e me preserves do mal, de modo que não me sobrevenha aflição! E Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido”.

II Reis 20.1-7:

1Naqueles dias, Ezequias adoeceu de uma enfermidade mortal; veio ter com ele o profeta Isaías, filho de Amoz, e lhe disse: Assim diz o Senhor: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás. 2Então, virou Ezequias o rosto para a parede e orou ao Senhor, dizendo: 3Lembra-te, Senhor, peço-te, de que andei diante de ti com fidelidade, com inteireza de coração, e fiz o que era reto aos teus olhos; e chorou muitíssimo. 4Antes que Isaías tivesse saído da parte central da cidade, veio a ele a palavra do Senhor, dizendo: 5Volta e dize a Ezequias, príncipe do meu povo: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que eu te curarei; ao terceiro dia, subirás à Casa do Senhor. 6Acrescentarei aos teus dias quinze anos e das mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade; e defenderei esta cidade por amor de mim e por amor de Davi, meu servo. 7Disse mais Isaías: Tomai uma pasta de figos; tomaram-na e a puseram sobre a úlcera; e ele recuperou a saúde.

Jonas 3.10:

“Viu Deus o que fizeram, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez”

Jonas 4.1-4:

“Com isso, desgostou-se Jonas extremamente e ficou irado. 2E orou ao Senhor e disse: Ah! Senhor! Não foi isso o que eu disse, estando ainda na minha terra? Por isso, me adiantei, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus clemente, e misericordioso, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e que te arrependes do mal. 3Peço-te, pois, ó Senhor, tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver. 4E disse o Senhor: É razoável essa tua ira?”

Vamos para o Novo Testamento:

Mateus 6.10-11 :

“Venha o teu reino;

faça-se a tua vontade,

assim na terra, como no céu.

O pão nosso de cada dia,

dá-nos hoje“.

I João 5.14:

“E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve”.

Colossenses 4.3- 5:

“Suplicai, ao mesmo tempo, também por nós, para que Deus nos abra porta à palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual também estou algemado; para que eu o manifeste, como devo fazer.

Portai-vos com sabedoria para com os que são de fora; aproveitai as oportunidades”.

Qual o princípio revelado nestes textos?


Rev. Ézio Martins de Lima

(A conversa continua...)

terça-feira, julho 21, 2009

A ORAÇÃO FAZ DEUS MUDAR DE IDÉIA? - Parte II

Vejamos alguns textos bíblicos para que possamos estabelecer o primeiro princípio:
Malaquias 3.6: “Eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos”.
Efésios 1.11: “nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz TODAS AS COISAS CONFORME O CONSELHODA SUA VONTADE.”
Não precisamos mais de textos, não é verdade? Se cremos que Deus é Deus não duvidamos um milímetro se quer que Ele é Soberano, e que sempre cumpre a Sua vontade; que, como bem escreveu Paulo (Rm 12. 2) é “boa, agradável e perfeita”.
Primeiro princípio:
1. A VONTADE DE DEUS NÃO MUDA, E ESTA É A RAZÃO PARA ORARMOS COM CONFIANÇA.
Você deve estar pensando. Não é o contrário? Se a vontade de Deus não muda, então por que orar?
As ações de Deus, suas palavras e tudo a respeito dele obedece ao controle do seu supremo propósito. Deus conhece o começo desde o fim e o conhece desde a eternidade.
Porque é perfeito, Deus não comete erros nem está sujeito a falsos impulsos. Com Deus nada acontece ao acaso e por acaso.Não existe algo como chance, sorte ou destino, porque Ele planejou tudo com amor eterno e perfeito.

O editorial de um dos números da Revista “Os Puritanos”, cujo título era “Oração sob a perspectiva calvinista”, trouxe a seguinte reflexão: “Eu serei franco em confessar que, se realmente eu pensasse que poderia mudar a mente de Deus, eu me absteria de orar. Eu teria que dizer: Como poderia ter a ousadia, com as limitações da minha própria mente e as corrupções do meu próprio coração - como poderia ter a ousadia de interferir nos conselhos do Altíssimo? É quase como se você fosse mostrar para alguém, completamente ignorante de eletrônica, um painel de armas no qual, ao se apertar certos botões, alguém poderia precipitar uma explosão. Você diz: Vá em frente e aperte os botões. Não se preocupe com o que vai acontecer! Oh, não! Existe conforto para o filho de Deus em ser assegurado que nossas orações não vão mudar a mente de Deus. Isto é o que não está envolvido na oração, e nós não estamos em perigo de provocar explosões por um desejo precipitado de nossa parte”.
Atente para o fato. Deus não muda a sua natureza. Na Carta de Tiago podemos ler:
“Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança”. (Tiago 1.17)
Asafe no Salmo 77.5-10, orou: “Então, disse eu: isto é a minha aflição; mudou-se a destra do Altíssimo”.
Qual a aflição do Salmista? É fruto só de pensar que Deus pode mudar no que tange os seus atributos.
Um Deus que muda seus planos, não é confiável.
Um Deus que está suscetível às influências nos seus planos, não é onisciente, nem onipresente, nem onipotente.
O filme “Todo Poderoso”, no qual o autor principal é Jimi Carey e Deus é Morgan Freeman, descreve bem o desastre que seria Deus atender todas as orações das pessoas, sem levar em conta um plano perfeito....

Por desconhecermos diversas circunstâncias, Deus retém inúmeros pedidos que lhe são dirigidos. C. S. Lewis exprime admiravelmente bem a sensatez dessa idéia: “As orações nem sempre são... atendidas. Não porque a oração seja uma espécie fraca de casualidade, mas justo porque é uma espécie forte. Quando ‘funciona’, funciona alheia às limitações de tempo e espaço. É por isso que Deus retém o poder discricionário de atendê-la ou não. Não fosse assim, a oração nos destruiria. Não é insensato que um diretor de escola diga: “Tais e tais coisas você pode fazer segundo as regras estabelecidas desta escola. Mas essas outras coisas são perigosas demais para ficar sob regras gerais. Se você quiser fazê-las, deve vir fazer-me um pedido e discutir detalhadamente a questão comigo no meu gabinete. Depois... veremos”.
Voltemos ao texto de Malaquias 3.6. Deus disse que o seu caráter é imutável e, por isso, não condenaria o povo...
Rev. Ézio Martins de Lima
A conversa continua....


segunda-feira, julho 20, 2009

A ORAÇÃO FAZ DEUS MUDAR DE IDÉIA? Introdução

A partir de hoje 'postarei' partes de um estudo que fiz sobre este tema. Espero que meus 3 leitores fiéis (risos), possam me ajudar com seus comentários a responder tão importante questão!

Abraços!

Ézio, pr


A questão como é colocada é fundamental. Quando você dobra os seus joelhos para clamar por alguma situação que lhe traz sofrimento e angústia ou quando você intercede por algum problema enfrentado por um irmão na fé, familiar ou conhecido... você o faz na expectativa de que sua oração seja não apenas ouvida, mas que a sua oração produza algum efeito real.

No momento da calamidade, no qual você se coloca diante de Deus, dificilmente este tipo de preocupação vêm à sua mente. Este é o tipo de pergunta que parece, em princípio, não afetar a oração. Será?

Somos diferentes... e como somos! Alguns há que talvez jamais tenham se questionando se a oração faz Deus mudar de idéia ou não. Outros, contudo, se angustiam profundamente e até deixam de orar por conta da conclusão que tiraram após se debaterem com tal questão.

Eu sou irmão de Tomé... Como tal, às vezes faço perguntas que não são importantes para os outros, que não incomodam os outros... mas que a mim, sim, e profundamente. Preciso ser convencido para crer, porque minha fé às vezes é relutante. Não tenho todas as respostas às minhas perguntas, mas não as deixo de fazê-las, e nem procurar as respostas. Isto me torna um ‘sistemático’ às vezes (quase sempre!). Não me contento apenas com a inferência ou a suspeita, ou apenas com uma resposta parcial. Ao fazer uma afirmação, eu preciso ter consciência que ela pode ser de alguma forma justificada. Posso passar oras e dias, semanas, meses e anos, tentando organizar idéias sobre alguns assuntos, tentando responder algumas perguntas! E quando sou convencido, afirmo. Mudo de idéia.

Não quero nesta mensagem responder as minhas perguntas. Talvez elas nem sejam relevantes para você. Por isso optei numa mensagem baseada em princípios e não em respostas.

Voltemos à questão: A oração muda Deus de idéia?


Rev. Ézio Martins de Lima


(Continuaremos a conversa no próximo texto...)

domingo, julho 19, 2009

VIDA SEM GRAÇA

Quando o legalismo ocupa o lugar do amor não há espaço para a Graça. O legalismo nos faz medir as pessoas pelos seus méritos, virtudes e utilidade, conceitos que são extremamente perigosos já que nossa medida é contaminada pelos nossos interesses e pré-conceitos (Mateus 7.1-2).
Quantas vezes emitimos julgamentos precipitados! Ouvimos falar algo sobre alguém, ou damos uma primeira olhadela em uma determinada pessoa, e já tiramos todas as conclusões... Portamo-nos como se tivéssemos a capacidade de ler as intenções e os sentimentos no primeiro olhar lançado sobre o outro. Portamo-nos como se nunca errássemos, mentíssemos, falhássemos com os outros. Portamo-nos como juízes da integridade, sentados no trono do nosso egoísmo, portando o cajado de nossas perfeições e podendo, assim, emitir julgamentos precisos sobre todos e qualquer um...
Quando Samuel chegou à casa de Jessé e viu a Eliabe, imediatamente disse: “Certamente está perante o Senhor o seu ungido”. Samuel ficou impressionado com a aparência, por isso o Senhor advertiu-lhe: “Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura (...); porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração” (I Samuel 16.7).
Não somos autorizados a medir as pessoas porque não temos capacidade para tanto. Deus não nos deu esta capacidade porque somente Ele possui o juízo isento de qualquer falha. Todo juízo humano emitido está maculado pelo pecado e pelas incoerências humanas.
Quando a Graça não encontra lugar em nosso coração, a Lei nos torna cegos para o amor que vem de Deus. Quando estamos cegos ao amor de Deus, não existe perdão, aperto de mão, olhos nos olhos, ombros que se doam ao outro para o consolo... Não! Onde faltou o amor, a tirania do egoísmo e do legalismo triunfou.
É possível que você que lê estas linhas já tenha passado pelo terrível juízo emitido de forma insana, irresponsável e presunçosa. Todos nós em um dado momento na vida sentimos esta dor tenebrosa. Os ouvidos dos outros se fecham às nossas palavras! Não existe ouvido atendo quando o amor está ausente. Ouvidos ficam fechados e os lábios cerrados para as palavras de graça e bondade. As palavras que ouvimos são como flechas que dilaceram o coração já ferido pela incompreensão e desprezo...
Há pessoas que saem pela vida ferindo, machucando e desprezando os outros porque estão vivendo na ausência da graça. Isso é que é “Vida sem Graça”! Vida sem Graça é julgar antes de conhecer, afastar-se antes de se aproximar. É permitir que a força do ódio seja mais forte que a força do amor. Vida sem Graça é a vida marcada pelo egoísmo que não pensa na felicidade alheia, mas tão somente nos próprios interesses ou na defesa dos seus conceitos e pré-conceitos.
Não permita que sua vida seja sem Graça. Não permita que seus pensamentos, palavras e ações sejam pautados pelo comportamento que não consegue perceber a dor do outro. Deixe fluir do seu coração a Graça capaz de construir pontes sobre os mais profundos abismos cavados pelo legalismo.
No amor dAquele que nos amou primeiro,

Ézio Martins de Lima, rev.