EU POR "EU" MESMO...
Nasci poeta agosto de Deus
Pobre de mim
Tentei livrar-me da escravidão
Mas palavras são elos fortes.
Nasci num tempo de ditadura
Ditaram-me palavras sem nexo
Dado Dedo Duda
Fiz com elas o meu primeiro rabisco
para um anjo torto,
que leu e riu de mim.
Pediu-me tantos rabiscos,
mas nem me amou.
Amava as minhas algemas;
deixou-me preso a elas.
Pobre de mim.
Cresci poeta, riscando na carne viva as dores
que recolhi dos meus amores
Feito pólen que se carrega
que a própria fome não sacia
Pobre de mim
Roubei palavras de um ditado
Amei sem ser amado
Fugi dos abismos e caí na ribanceira
Subi mais alto que pude
Joguei-me no nada
Olhei pra você me olhando
Morri Feliz!
Brasília 12/08/10
21h35min
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