sexta-feira, agosto 13, 2010

EU POR "EU" MESMO...

EU POR "EU"  MESMO...

Nasci poeta agosto de Deus
Pobre de mim
Tentei livrar-me da escravidão
Mas palavras são elos fortes.

Nasci num tempo de ditadura
Ditaram-me palavras sem nexo
Dado Dedo Duda
Fiz com elas o meu primeiro rabisco
para um anjo torto,
que leu e riu de mim.
Pediu-me tantos rabiscos,
mas nem me amou.
Amava as minhas algemas;
deixou-me preso a elas.
Pobre de mim.

Cresci poeta, riscando na carne viva as dores
que recolhi dos meus amores
Feito pólen que se carrega
que a própria fome não sacia
Pobre de mim

Roubei palavras de um ditado
Amei sem ser amado
Fugi dos abismos e caí na ribanceira
Subi mais alto que pude
Joguei-me no nada
Olhei pra você me olhando
Morri Feliz!

Brasília 12/08/10
21h35min

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