Lucas 15.11-24
"Quando chego em casa na volta do trabalho e vejo aqueles pequenos narizes apertados contra a vidraça, então sei que sou um sucesso."
Paul Faulkner
O título mais apropriado para esta parábola é “A Parábola do amor do pai”, ao invés de “a parábola do filho pródigo”. Bem maiores que os erros do filho, foram os atos amorosos do pai! A lei judaica considerava o pedido do filho pela herança como um ‘abrir mão’ de sua filiação, bem como expressão do desejo da morte do pai e, por isso, como negação de permanecer ao seu lado e de ofercer-lhe os cuidados necesssários em sua velhice.
Desta forma, o pai não tinha qualquer ‘obrigação’ de receber o jovem pródigo. É por isso que ao ensaiar o seu pedido de reconciliação, ele se imagina pedindo para ser recebido não como filho, mas como um ‘escravo’ na propriedade... ele tinha consciência de que havia perdido o direito da filiação).
Em nossa busca de aceitação esbarramos no muro da indiferença. As pessoas nos medem pelo que temos, pelo que fazemos... e não pelo que somos. Deus, em Jesus Cristo, nos recebe não porque somos bons, bonitos, ricos, fortes... mas porque Sua graça se estende aos pecadores arrependidos. Jesus mesmo disse que não ‘veio buscar os justos, mas pecadores ao arrepedimento... afinal, os sãos não precisam de médico, e, sim, os doentes”. (veja que Jesus conta as três parábolas relatadas em Lucas 15 para responder à critica dos fariseus e escribas de que ele “recebia e comia com pecadores’ - Lucas 15.1-2).
Quando o Apóstolo Paulo fala da nossa salvação em Cristo ele se refere a isto como o ato do Pai nos “adotar”. (Romanos 8.12-17). A adoção é uma metáfora perfeita para nos mostrar como Deus nos recebe em Seus braços.
Vejamos. Você pode imaginar um casal de futuros pais adotivos dizendo: “Gostaríamos de adotar o Lucas, mas primeiro queremos saber algumas coisas. Ele tem uma casa para viver? Ele tem dinheiro para custear sua instrução? Ele tem transporte para ir à escola todas as manhãs e roupas para usar todos os dias? Ele pode preparar sua própria refeição e remendar suas próprias roupas?”
Nenhuma agência de adoção toleraria tal conversa. Sua representante levantaria a mão e diria: “Um momento. Você não entende. Você não adota o Lucas pelo que ele tem; você o adota pelo que ele necessita. Ele necessita de um lar”.
Deus não nos adota pelo que possuímos. Não nos dá seu nome por causa de nossa inteligência, ou por quanto temos em nossa carteira, ou nosso bom comportamento. Paulo explica o fato duas vezes porque está duplamente interessado em que compreendamos que a adoção é algo recebido, não conquistado.
E muito bom saber disso. Por quê? Pense cuidadosamente. Se pudéssemos obter nossa adoção através de nossa performance espetacular, poderíamos perdê-la por causa de nossa pobreza?
Seu Pai nunca o rejeitará. As portas do seu aposento nunca estarão fechadas. Então aprenda a demorar-se na sala de estar de seu Pai. Quando as palavras de alguém o ferirem, ou quando suas próprias faltas o afligirem, venha até a Sua presença. E não tenha medo! Você é bem-vindo e bem-vinda ! Os braços do Pai estão abertos... Jesus, aliás, morreu assim... de braços abertos, pra que você e eu nunca nos esquecêssemos de que Seus braços nos esperam.
Infelizmente neste dia dos pais, muitos nao possuem motivos para celebrar. Muitos genitores nunca aprenderam a ser pais de verdade. Quanta tristeza isso provoca! E, assim como eu, muitos neste dia possuem apenas as lembranças e a saudade. Quanta dor isso provoca! Aí nos voltamos para o Salmo 27.10 “...se meu pai e minha mãe me desampararem (me deixarem, partirem) o SENHOR me acolherá”.
Que o eterno amor do Pai nos envolva e nos traga salvação e cura!
No amor dEle, que nos amou primeiro,
Rev. Ézio Lima
Caro Ezio. Tudo bem com você? Concordo, mas grande parte da grita é contra a instituição igreja. O serviço sagrado, voltado para pessoas deveria ser o foco desta instituição, mas o que se vê é que ela está a serviço do poder "sagrado". Confesso que estou cansado. Cansado de lutar por compromisso com a Palavra de Deus, com fidelidade para com as nossas tradições, que é possível crescer sem se vender. Ao mesmo tempo que penso ser possível travar essa luta fora da instituição, percebo que preciso dela. É como se diz; "Se ficar o bicho pega, se correr o bicho come"
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