quinta-feira, julho 16, 2009

O USO DISCIPLINADO DO DINHEIRO COMO EXPRESSÃO DA ESPIRITUALIDADE CRISTÃ - Parte III

O USO DO DINHEIRO: ENTRE A GRAÇA E A DISCIPLINA

A espiritualidade cristã oferece uma resposta concreta ao dilema moderno no que tange ao uso dos bens materiais, mas esta resposta não é simplista. A sedução das propagandas dos meios de comunicação alimenta os nossos desejos num ciclo consumista frenético, e não há passos simples para enfrentar um inimigo tão complexo.
Este uso espiritual do dinheiro é ao mesmo tempo fruto da graça de Deus quanto do nosso esforço. O paradoxo é apenas aparente, mas não de verdade. Aqui temos a mesma realidade do evangelho no que tange à nossa salvação. É a realidade simbiótica, inseparável, entre fé e obras. Nossa salvação é sola fide, somente pela fé, mas sem obras esta fé é morta. A verdade do evangelho vem ao nosso encontro pela graça de Deus, mas traz a marca da obediência aos princípios da Palavra revelada. Obediência, portanto, tem a ver com a minha resposta à Palavra de Deus, com aquilo que eu faço; e a prática destes princípios denominamos “disciplina espiritual”.
Somente libertos pela graça de Deus deste ciclo escravizador da sedução comercial, é que podemos marchar em liberdade com ações disciplinadas no uso espiritual dos recursos materiais.
A disciplina no uso do dinheiro começa com a compreensão de que sou chamado para fazer algo. A passividade neste caso é deixar o controle da nossa vida nas mãos daqueles que trabalham arduamente para nos convencer a entrar na roda do consumismo.
Disciplina aqui envolve decisões simples como:
a) fazer um orçamento doméstico que envolva todos os membros da família
b) usar o dinheiro naquilo que realmente é necessário, ao invés de permitir que os ‘desejos’ alimentados pela propaganda e consumismo controlem as nossas ações.
c) decidir por uma vida simples, tendo consciência que o ter mais não nos torna melhores.
d) comprar menos, (e deixar de comprar mais), e utilizar parte dos recursos para ajudar a quem pouco tem.
e) Ria das propagandas e da mentiras que elas pregam, quando afirmam, por exemplo, que determinado produto te fará mais bonito(a), mais feliz ou realizado(a). Desminta estas propagandas para os seus filhos e para si mesmo!
f) Entregue seu dízimo como expressão de seu compromisso com a obra de Deus, mas também como uma confissão de que você é capaz de se dispor de determinada quantia porque você é livre do apego ao dinheiro.
Há inúmeras ações, coloquei estas apenas para exemplificar. Decidir executar estas e outras ações quanto ao dinheiro será um ato de disciplina, mas depois de cumpri-las você perceberá que só foi possível pela graça de Deus. Assim, podemos compreender a palavra do Apóstolo Paulo aos irmãos e irmãs de Filipos: “porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”.(Filipenses 2.13)

Rev. Ézio Martins de Lima

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