Princípios de João Calvino para o ‘uso dos bens desta vida”
A preocupação com o uso disciplinado dos recursos materiais não é restrito ao nosso tempo. Calvino, como pastor amoroso e cuidadoso que era do rebanho que o Senhor lhe havia confiado, escreveu algumas regras (conselhos espirituais) para que os cristãos não ficassem confusos quanto a este assunto.
Por serem fundamentados nas Escrituras, estas regras de Calvino são princípios que não perderam sua importância.
3.1. Os extremos devem ser evitados
Quanto ao uso dos recursos materiais, João Calvino aponta dois extremos que devem ser evitados: a) na intenção de não caírem na intemperança e luxúria, alguns há que optam por quase absoluta abstenção de todos os bens, utilizando apenas o necessário para a sobrevivência; b) por outro lado, alguns defendem que a liberdade no uso dos bens não deve ser restringida por nenhuma classe de limitações, e isso na verdade é pretexto para desculpar sua intemperança e concupiscência da carne. Calvino diz que para evitarmos os extremos devemos nos conduzir segundo as regras gerais que a Escritura estabelece (I Co 7.30-31).
3.2. Devemos usar de todas as coisas segundo o fim para o qual Deus as criou.
Para combater as distorções quanto ao uso dos bens materiais Calvino aponta que Deus nos dá as bênçãos terrenas não para nosso prejuízo, mas para nosso benefício. Portanto, aquele que usa corretamente, e para o fim com que foram criados, não tem o que temer.
Calvino escreveu: “Se estudarmos, por exemplo, o motivo pelo qual Deus criou certas classes de alimentos, encontramos que Sua intenção era não só prover nossas necessidades, como também nosso prazer e deleite” (p. 71) e continua: “Se isto não fosse verdade, o salmista não teria enumerado entre as bênçãos divinas ‘... o vinho que alegra o coração do homem, o azeite que faz brilhar o rosto, e o pão que sustenta a vida do homem’.” (Salmo 104.15).
Calvino conclui que Deus nos agracia com os bens materiais para o nosso deleite e prazer, e não apenas para suprir nossas necessidades.
3.4. A verdadeira gratidão nos limitará em cometermos abusos
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