sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Eu cuido muito bem de mim mesmo

Jesus disse: "Ame seu próximo como ama a si mesmo".

Como eu me amo? Deixe-me ilustrar isso com um texto de Gary Sloan:

“Eu cuido muito bem de mim, mas muito bem mesmo. Por exemplo, sempre que estou com fome, eu me dou de comer. Sempre que estou sujo, eu me dou banho. Escovo os dentes, limpo o rosto, lavo as roupas, lavo e penteio o cabelo, e quase nunca esqueço de limpar as unhas.

Sempre que me machuco, cuido de mim. Se for um corte, passo um band-aid em volta. Se for mais sério, procuro alguém que possa me ajudar. Quando estou doente, tomo todos os tipos de remédio.

Quando me sinto sozinho, passo normalmente o tempo com minha família ou meus amigos, ou com alguém que me compreenda.

Se estou com sede, normalmente bebo água, um refrigerante ou leite — qualquer coisa que mate a sede.

Quando acontece de eu estar com calor, visto-me com roupas leves, ligo o ventilador ou o ar-condicionado ou bebo algo gostoso e gelado. Se estiver com frio, ligo o aquecedor, me agasalho ou bebo algo quente.

As vezes tenho perguntas. Apanho então um livro e encontro respostas. Ou então faço alguns cursos.

Sempre que estou de fato cansado, vou para a cama.

Na verdade, cuido muito bem de mim; em certo sentido, eu me amo.

O egoísmo foi dos assuntos principais das conversas de Jesus registradas nos evangelhos. Ele advertiu severamente contra ele, sempre fazendo seus seguidores se voltarem às necessidades dos outros, e não às próprias. "Os últimos serão os primeiros", ele disse, "e os primeiros, os últimos".

O conhecido poema do amor em I Co 13.4-7 exclui o egoísmo: "O amor ... não procura seus interesses (...)Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta" (ICo 13:4-7, NVI).

A despeito do que Jesus e Paulo disseram, ainda deparo com esse problema do egoísmo todos os dias. Isso ocorre porque sou a pessoa no mundo que mais me conhece, e sou a pessoa que mais se preocupa comigo mesmo.

Tentativas determinadas e dolorosas de dar cabo de meu egoísmo normalmente terminam em fracasso. Refletir sobre o egoísmo é como tentar dormir. Quanto mais esforço se faz pensando em dormir, mais difícil é relaxar e desligar. O ato de concentrar-me em mim mesmo, revendo todas as coisas egoístas que faço, é mais um modo de concentrar a atenção em mim.

No entanto, descobri uma dica útil, que me veio após uma revelação assustadora. Ocorreu-me: e se meu irmão, minha esposa, meus empregados... todos no mundo... amassem a si mesmos do modo como eu me amo? E se todos eles relevassem suas falhas e exaltassem suas qualidades como faço? Seria possível que eles se considerem tão importantes quanto eu me considero?

O pensamento me fez ver que eu nunca havia considerado, nem por um momento, como seria ser como eles. Eu havia estado muito empenhado em amar a mim mesmo para saltar o abismo e ver o mundo através dos olhos deles. As outras pessoas haviam sido coadjuvantes em meu filme. Mas e o filme delas, no qual eu represento um papel menor: como eu apareço nele?

Finalmente, as palavras de Jesus começaram a fazer sentido. O segundo maior mandamento, ele disse, é amar ao seu próximo como a si mesmo. Eu sei que Jesus não quis dizer que eu deveria amar a meu próximo tanto quanto eu amo a mim mesmo; isso é impossível, porque não consigo parar de pensar em mim mesmo. E sinto-me encorajado por Jesus não haver dito: "pare de amar a si mesmo de modo a poder amar ao seu próximo". Jesus compreendia a natureza humana. Sabia o que todas as pessoas pensam sobre si mesmas e suas necessidades.

O que Jesus quis dizer, eu penso, é que eu devo amar meu próximo da mesma maneira que eu amo a mim mesmo.

Eu sei como eu me amo. Essa é a principal preocupação de minha vida — meu primeiro pensamento de manhã, meu último à noite.

Jesus quer que eu pense nos outros. Quer que eu lhes elogie as qualidades tão sincera e entusiasticamente como me cumprimento por meus sucessos. Quer que eu seja tão tolerante, bondoso e perdoador com eles como sou comigo mesmo. Em resumo, ele quer que eu aja do modo como gostaria que as pessoas que me rodeiam agissem.

Texto adaptado do livro “Desventuras da Vida Cristã”, de PhilipYancey

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