segunda-feira, março 23, 2009

Oração e comunhão

Fazemos apressadas e impacientes tentativas de orar, e, não vendo bons frutos, dizemos que a prática é inútil, e abandonamo-la.
A oração é como a amizade. A amizade não se prova assim de relance, de passagem. Não se constrói com alguns segundos e nem se torna forte com encontros esporádicos e sem interesse pelo outro. A amizade é antes uma condição de vida –de vida constante e persistente– e os seus resultados se vão manifestando com o tempo. Assim é a oração: o seu resultado vai-se manifestando com a continuação da nossa íntima comunhão com Deus.
Eis a palavra chave na vida de oração: Comunhão! A grande dádiva que esperamos na oração é que Deus se dê a Si mesmo, em comunhão conosco. E o mais que Ele der será incidental e secundário.
Separei pequenas pérolas sobre a oração, recolhidas nos últimos 9 anos, a fim de que possamos meditar e, quiçá, sermos motivados a procurar a Deus em oração.

A.C. Benson
“Oração não é uma repetição mecânica das formas verbais, porém uma forte e íntima afinidade do nosso coração com o Pai”

Sir Thomas Browne, famoso médico inglês:
“Já me resolvi a orar mais e orar sempre, a orar em todos os lugares onde o silêncio convida, em casa, no caminho, na rua e a não saber de nenhuma rua ou avenida nesta cidade que não possa testificar que não me esqueci de Deus?”

Irmão Lourenço:
“Oração é uma firme consciência da presença de Deus, e constante comunhão com Ele”
“Oração é a aspiração da nossa pobre alma sobrecarregada por seu eterno Pai, com ou sem palavras, sentimento este espontâneo”. .

Agostinho de Hipona:
“Dá-me a tua própria pessoa, sem a qual, mesmo que me desses tudo o que fizestes, ainda não podia ser satisfeito o meu desejo”/

Thomas à Kempis:
“É pouco e não satisfaz tudo o que pudesses doar, afora Tu mesmo”.

“Esta idéia da oração enquanto comunhão não é nem moderna nem antiga; é propriedade comum de todos os santos cristãos que penetraram o âmago da oração. As perplexidades se encontram nas franjas da oração; a oração na sua essência é tão simples e tão profunda como a amizade”.

Perceber a oração como comunhão com Deus nos faz perceber que às vezes temos orado muito mais que pensamos, mas também que devemos orar bem mais do que já oramos! O Apóstolo Paulo ao escrever aos tessalonicenses (I Ts. 5.17): “Orai sem cessar”, não falava de petição, mas de comunhão contínua.
Perceber oração como comunhão é perceber que o coração do Pai está aberto e você é bem vindo ali. Deus convida você a entrar no Seu coração. O coração do Senhor é a casa onde nos encontramos seguros, protegidos... Você é bem vindo ali. Então, ore!

“A oração genuína e total nada mais é do que amor” (Agostinho de Hipona)

Rev. Ézio Martins de Lima

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