Em alguns dias eu acordo feliz...(nos outros --na maioria, eu confesso! -- eu acordo mal humorado, preocupado, ansioso...). Em todos eles, eu me lembro, ao acordar, do Salmo 27, verso 13 e 14. Com a leitura, repito para mim mesmo que "sem a bondade de Deus", não há mínima esperança do meu dia ser melhor... Hoje demorou um pouco para que o sentimento de orfandade me abandonasse... A leitura do texto transcrito abaixo me ajudou a superar isso...
"A simples admiração diante da vida, da criação, deste lugar onde estamos vivos neste momento exige uma resposta, um agradecimento. Há algo tão profundamente congruente no mundo em que vivemos e em quem nós somos que, quando nos damos conta, surpreendemo-nos com seu milagre e sua maravilha. Na Antiguidade, Platão observou que toda filosofia começa com o "maravilhar-se". No mundo moderno, Heidegger usou a expressão "espanto radical" para enfatizar a idéia de Platão. Leibniz fez a pergunta que continua a provocar reflexões infindáveis acerca do fato de nos encontrarmos inseridos neste lugar e neste tempo: "Por que não nada?".
Maravilha. Espanto. Adoração. Devem ser poucas as pessoas que nunca foram acertadas em cheio pela mais pura realidade da existência. Descalçamos nossas sandálias diante da sarça ardente. Perdemos o fôlego ao ver um falcão mergulhando. "Muito obrigado, Deus!" Vemo-nos numa existência copiosa na qual experimentamos uma sensação profunda de afinidade — Este é o nosso lugar, agradecemos à vida com nossa vida. E não dizemos apenas "Muito obrigado!", mas "Muito obrigado, Deus!". Não se trata apenas de aprendermos a ter bons modos, como as crianças a dizer "muito obrigado" como convenção social. Antes, é o cultivo da adequação interior à realidade, desenvolvendo a capacidade de ter sempre uma resposta apropriada para a natureza extraordinária e a generosidade da vida". (Eugene Peterson, A maldição do Cristo Genérico, p.68)
"A simples admiração diante da vida, da criação, deste lugar onde estamos vivos neste momento exige uma resposta, um agradecimento. Há algo tão profundamente congruente no mundo em que vivemos e em quem nós somos que, quando nos damos conta, surpreendemo-nos com seu milagre e sua maravilha. Na Antiguidade, Platão observou que toda filosofia começa com o "maravilhar-se". No mundo moderno, Heidegger usou a expressão "espanto radical" para enfatizar a idéia de Platão. Leibniz fez a pergunta que continua a provocar reflexões infindáveis acerca do fato de nos encontrarmos inseridos neste lugar e neste tempo: "Por que não nada?".
Maravilha. Espanto. Adoração. Devem ser poucas as pessoas que nunca foram acertadas em cheio pela mais pura realidade da existência. Descalçamos nossas sandálias diante da sarça ardente. Perdemos o fôlego ao ver um falcão mergulhando. "Muito obrigado, Deus!" Vemo-nos numa existência copiosa na qual experimentamos uma sensação profunda de afinidade — Este é o nosso lugar, agradecemos à vida com nossa vida. E não dizemos apenas "Muito obrigado!", mas "Muito obrigado, Deus!". Não se trata apenas de aprendermos a ter bons modos, como as crianças a dizer "muito obrigado" como convenção social. Antes, é o cultivo da adequação interior à realidade, desenvolvendo a capacidade de ter sempre uma resposta apropriada para a natureza extraordinária e a generosidade da vida". (Eugene Peterson, A maldição do Cristo Genérico, p.68)
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