terça-feira, fevereiro 16, 2010

PRECIOUS X UP IN THE AIR (OU PRECIOSA X AMOR SEM ESCALAS)


"Preciosa" e "Amor sem escalas" receberam seis indicações ao Oscar 2010 – a premiação da balada (mas nem sempre coerente) Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.

Caso você não tenha assistido aos dois filmes, não se preocupe. Definitivamente não quero ser estraga diversão/emoção.

Como sou um fugitivo da badalação carnavalesca, resolvi assistir nestes dias festa pagã alguns dos filmes indicados ao Oscar. Posteriormente, caso tenha alguma motivação, falarei sobre “Guerra ao Terror”. Hoje, contudo, quero tecer algumas poucas linhas sobre os dois filmes supracitados.

Outra coincidência (a primeira, caso você não tenha percebido, é que ambos possuem 6 indicações ao Oscar) é que estes dois longas não atraem pelos títulos. Só me aventurei a assistir ao filme “Precious” porque é uma produção independente (pouco dinheiro e uma história estranha para os padrões de Hollywood), e os filmes independentes, por isso mesmo, geralmente guardam boas surpresas. Outra motivação é que "Precious", é a adaptação do livro "Push", de Sapphire, um sucesso de crítica e público em 1996.

“Amor sem escalas” foi o péssimo título escolhido para o filme “Up in The Air”. O filme, apesar do título em português, não é romance (mas tem isso também); não tem drama (mas tem um pouco disso também) e não é comédia (embora faça rir um pouco).

“Precious” é o sonho americano às avessas. É o lado vergonhoso da poderosa América, que a América teme mostrar. É a periferia que não se vê em “Up in The Air”. Enquanto a personagem vivido por George Clooney em “Up in the Air” sonha com 1 milhão de milhas na Cia área American Airlines, a personagem vivida por Gabourey Sidibe, sonha com qualquer realidade que a coloque longe das quatro paredes da sua casa.

“Up in the air” é um filme sobre desapego. Sobre empregos que terminam, sobre relacionamentos que terminam (ou de tão casuais nem mesmo se sabe se existem). “Precious”, por sua vez, é um filme sobre o desejo de sentir-se amado, de sentir-se “aqui”, de ser notado, de sentir-se alguém ou parte da história de alguém, e não apenas um objeto a ser usado ou vitimado por aqueles dos quais se esperava o amor.

Como cada uma das personagens lida com o seu sonho (e com o desapego/apego)? Eis o que torna os dois filmes tão interessantes!

Na tamanha dessemelhança não é fácil perceber que os enredos se confundem. Claireece Jones Precious (Gabourey Sidibe) e Ryan Bingham (George Clooney), só precisam de amor!

“Nós precisamos começar a amar para não adoecer”. (Sigmund Freud )

“As pessoas não estão apenas com fome de pão, mas como fome de amor. Não querem apenas uma peça de roupa, mas a dignidade humana” (Agnes Gonxha Bojaxhiu -Madre Teresa de Caucutá)

“Acima de todas as coisas, coloquem o amor, pois ele dá sentido a todas as coisas” (Apóstolo Paulo, Carta aos Colossenses 3.14 - traduçao livre do texto em grego)

Rev. Ézio Martins de Lima

Um comentário:

  1. Sigo tu blog desde o Tongo em Africa. Sintonizo com tuas palavras e aprendo noticias da cultura global.
    Jofrido Maraboyhua

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