sábado, dezembro 20, 2008

Aprendendo com os pastores sobre o sentido do Natal


“Foram apressadamente e acharam Maria e José

e a criança deitada na manjedoura”

Lucas 2.16

O Natal de Jesus é a boa notícia que os anjos trazem aos pastores que guardavam seus rebanhos numa noite comum na Palestina. Homens comuns, fazendo coisas comuns, mas que extraordinariamente receberam a visita de um anjo, um mensageiro de Deus, anunciando que o Messias, o Salvador, havia nascido na pequena cidade de Belém.

A boa notícia que o anjo traz soa como um paradoxo diante dos nossos desejos e aspirações. Corremos atrás de tantas coisas, desejamos tantas coisas, que até nos enganamos que estas coisas concedem o sentido e os contornos da nossa vida. Um desastre acontece, no entanto, quando somos privados destas coisas, ou quando depois de lutar tanto para conquistar nossas aspirações, descobrimos que ainda há perguntas sem respostas, que há uma fome que não é de pão, que há um desejo por realização que não é profissional, que há uma sede de vida, mas que não pode ser suprida por complexos vitamínicos ou por cirurgias estéticas. Como bem escreveu Mark Twain “há duas tragédias na vida; uma é desejar as coisas, a outra é conseguir o que se deseja”. Descobrir que aquilo que se desejou com tanta intensidade não nos supre é realmente trágico.

Nossa necessidade maior é de Deus mesmo e, por isso, a mensagem do Natal é a boa notícia, porque o natal é Deus chegando mais perto de nós e nos dando a possibilidade de nos achegar a Ele.

O Evangelho de Lucas relata que os pastores ao receberem a boa notícia dirigiram-se apressadamente ao encontro do Messias que nascera em Belém. Ora, a estória que se conta nestes dias sobre o Natal, alegre e colorida, com presépios perfumados e jogos de luzes, corre o risco de ofuscar a mensagem altamente subversiva registrada nos Evangelhos. O fato é que temos uma incômoda dificuldade em ler que Jesus nasceu num estábulo porque não havia outro lugar para ele.

Enquanto a religião oficial esperava a salvação de Deus vinda de um guerreiro que se manifestaria aos puros, o Messias surge em meio ao cheiro de esterco dos animais, tendo como seus primeiros visitantes um grupo de trabalhadores não muito respeitado em seu tempo. Mais uma vez temos um paradoxo. A concretização de nossas esperanças vem de onde dificilmente se esperaria: de um recém-nascido num estábulo. Não é interessante? Deus inverte a lógica das coisas. Deus inverte a lógica de nossa vida. Quando não acontece o que desejamos, acontece o que necessitamos. E isso geralmente é melhor do que aquilo que tínhamos capacidade de desejar.

Quando achamos que somos senhores de nossa vida, a própria vida nos mostra o contrário. Mostra-nos caminhos diferentes e nos emociona com a simplicidade gloriosa do Natal. O Simples Perfeito. Não necessariamente com jogos de luzes, música ao fundo, enfeites, banquetes e barulho. Por quê? Porque não passamos a vida sob as luzes e enfeites, e não nos assentamos todas as noites à volta de uma mesa expondo um banquete. A boa notícia do Natal chega-nos assim como chegou aos pastores naquela noite... quando estamos vivendo nossas vidas no cotidiano. Pessoas comuns, fazendo coisas comuns, mas que são visitadas e impactadas pela graça de Deus.

Li certa vez um cartão que dizia o seguinte: “Natal é muito simples. É um menininho que nasceu em meio aos bois, vacas, ovelhas, cavalos, jumentos. Era um menininho pobre. Mas diz a história que quando ele nasceu aconteceu uma mágica com o mundo: tudo ficou diferente”.

É isso! Tão simples. Tão verdadeiro. Tão profundo! É disso que eu preciso.

Os pastores ouviram esta boa notícia e foram ao encontro de Jesus! A reação deles é narrada por Lucas: “Voltaram, então, os pastores glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes fora anunciado” (Lucas 2.20).

 Ao celebrar o Natal este ano, sigamos o exemplo dos pastores: celebremos com alegria e louvor a presença do aniversariante!

 

Rev. Ézio Martins de Lima

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