sexta-feira, setembro 14, 2007

“Absolvido, foi rezar”

As manchetes dos jornais dos últimos dias refletem o sentimento de indignação frente ao cenário da política partidária do nosso país: “Vergonha Nacional”, “Mais uma vez ‘pizza’ no Congresso”, “Congresso Nacional desmoralizado”, etc.
As manchetes das páginas policias não deixam por menos! O cenário da violência no “Entorno” de Brasília é assustador. Mais de 150 jovens executados pelo tráfico de drogas somente neste primeiro semestre de 2007. Crimes bárbaros. Jovens executados. Meninas estupradas, executadas e jogadas no lixo.
Quando viajo pelo Brasil comumente as pessoas me perguntam sobre como é conviver com a “Corrupção de Brasília”. Quantas vezes, ainda que por brincadeira, já me perguntaram se eu não recebi alguma mala cheia de dinheiro advinda do tal “mensalão”. Tudo isso reflete que a imagem que se tem da Capital Federal é que todos que aqui moram são de alguma forma beneficiários de alguma maracutaia, de alguma negociata ou de algum “jogo do poder”. Eu sempre saio em defesa da cidade que aprendi a amar. Respondo as brincadeiras dizendo que não se deve confundir os lastimáveis escândalos que permanentemente são manchetes nos telejornais, jornais e revistas com as pessoas que aqui moram, trabalham, pagam seus impostos e sofrem tanto quanto o restante do Brasil com os assaltos ao patrimônio público e toda sorte de escândalos envolvendo o três poderes (executivo, legislativo e judiciário). Agora, além das questões envolvendo os três poderes, Brasília recebe a alcunha de “A cidade mais violenta do Brasil”...
Estou certo que mais do que nunca precisamos ouvir e obedecer a orientação bíblica: “...orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira e sem animosidade” (I Timóteo 2.8). Creio que Deus responde à oração do seu povo! Creio que Deus, em Sua soberania e poder, determinou, decretou e estabeleceu que algumas coisas só aconteceriam em resposta à oração, intercessão e clamor do Seu povo. Creio que a oração provoca a ação de Deus que faz mover o Céu, faz tremer as hostes do inferno e faz as coisas acontecerem aqui na Terra!
Contudo, é preciso reconhecer que cada vez mais a igreja tem orado menos! Nossas reuniões de oração e vigílias são reduzidas há alguns poucos intercessores (praticamente só mulheres), e a disciplina espiritual do jejum praticamente foi esquecida em nosso meio.
Voltando ao título da pastoral, o jornal noticiou que as únicas palavras que o Senador Renam Calheiros pronunciou ao sair do Plenário do Senado após a sessão secreta foram: “Vou à igreja rezar”. Contudo, o Senador não cumpriu o prometido. Sua esposa telefonou-lhe e o aconselhou a voltar logo para casa. Com medo da represália, o “absolvido, não rezou”.
Fiquei pensando cá com os meus botões... Quais os motivos, obstáculos, desculpas ou justificativas que nós cristãos –não obstante todas as evidências bíblicas e históricas sobre a ação de Deus em resposta à oração– damos a nós mesmos para não orarmos?
No amor dAquele que nos amou primeiro,

Rev. Ézio Martins de Lima

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