O “SER” Bem Sucedido (*)
Medimos uns aos outros pelo critério das conquistas e posses, prejuízos e derrotas. Perguntamos, por exemplo, se uma determinada pessoa está ‘bem’, e recebemos a resposta: “ah! comprou um carro novo”, ou ainda: “você não soube? Perdeu tudo que tinha...” Ora, nisso está subentendido que analisamos as pessoas a partir da ‘filosofia do mercado’. Se somos contados entre os que ‘tem’, somos então bem sucedidos; mas se “não temos” então somos fracassados. Somos medidos pelo carro que dirigimos, pelo celular que usamos, pela veste que trajamos, pelo linguajar, pela comida, pela música que ouvimos... Você não é você, você é o que você tem.
É o ‘ter' exercendo supremacia sobre o “ser’. Isto traz um sentimento de vazio assustador! Por isso, o ser humano se lança na busca de subterfúgios para aplacar esta síndrome da auto-imagem destruída; ao mesmo tempo que o leva ao paradoxo da existência, que consiste em deixar de buscar e viver o que realmente importa para conseguir provar aos outros que se tem algum valor.
Estamos o tempo todo buscando demonstrar que temos valor. Sentir-se valorizado e amado é necessidade tão básica à vida quanto a necessidade de se alimentar. Ambas as necessidades quando não são supridas podem levar à morte. A falta do alimento impossibilita a nutrição do organismo, que o leva à inanição e posteriormente à falência dos órgãos. Quando falta o senso de valorização pessoal o ser humano torna-se ‘homem máquina’, homo faber, que tem sua utilidade exacerbada em detrimento de sua humanidade. Eis aqui o porquê de medirmos uns aos outros segundo este critério da filosofia do mercado: perdermos o verdadeiro paradigma para nos conceituar e, por isso, precisamos de adendos para nos sentir melhores e nos mostrar superiores.
O “Ser” bem sucedido não é aquele que muito tem, mas é aquele que tendo ou não, se entende como ser amado por Deus e se entrega à uma vida de amor a este Deus e, por conseguinte, ao seu semelhante. Não é esta a definição da verdadeira religião que nos foi dada por Jesus? (...) Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes”. (Marcos 12.30-31).
O “Ser” bem sucedido não é aquele que conquista reinos, que constrói impérios, que governa nações, mas é aquele que depois ter feito tudo isso pode olhar para si mesmo e dizer como o Rei Davi: “em Deus ponho a minha confiança e nada temerei.” (Salmos 56.11) É aquele, portanto, que reconhece que tudo o que fez e tudo que é, o é pela graça e misericórdia de Deus.
O “Ser” bem sucedido é aquele que depois de dominar o conhecimento, de saber lidar com as idéias, dissuadir e persuadir no uso das palavras, reconhece que “O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria; revelam prudência todos os que o praticam”. (Salmos 111.10).
O “Ser” bem sucedido é aquele que tendo autoridade para governar, o faz com diligência, sempre preocupado com a justiça e a verdade, porque aprendeu que “Os tesouros da impiedade de nada aproveitam, mas a justiça livra da morte”. (Provérbios 10.2).
O “Ser” bem sucedido é aquele que sabe distinguir “riquezas temporais” das “riquezas eternas”: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração. (Mateus 6.19-21).
O “Ser” bem sucedido, por fim, é aquele que se deixa reger pelo princípio do amor. “(...) se não tiver amor, nada serei” ( I Coríntios 13.2). Fala-se muito em inteligência emocional. Mas não é estranho o fato de que a cada dia agimos de forma mais racional, fria e calculista? Deus nos deu as coisas para usar e as pessoas para amar, mas não é estranho o fato de que o tempo todo estamos usando as pessoas e amando as coisas? Reger-se pelo princípio do amor é estabelecer a prioridade de que o ser humano em si mesmo vem antes de sua utilidade. Reger-se pelo princípio do amor é dar prioridade à família, esposa/esposo, filhos, bem antes do valor dado à empresa, às posses, ao próprio trabalho... É reconhecer que sem “as coisas” podemos passar dificuldades, mas ainda podemos contar com as pessoas para nos amar, nos confortar, nos inspirar aos novos sonhos e às novas conquistas... Mas sem as pessoas que amamos para que nos servirá todas coisas?
É certo que o modelo de sucesso segundo os critérios correntes em nosso mundo está distante destes extraídos da Sagrada Escritura, “mas importa antes ouvir a Deus do que aos homens” (Atos dos Apóstolos 4. 19). É certo também que o mundo globalizado nos mede e nos incita a medir aos outros por um padrão diferente, mas sábio e prudente é reconhecer que é a Deus a quem haveremos de prestar contas de nossos atos.
Rev. Ézio Martins de Lima
Estamos o tempo todo buscando demonstrar que temos valor. Sentir-se valorizado e amado é necessidade tão básica à vida quanto a necessidade de se alimentar. Ambas as necessidades quando não são supridas podem levar à morte. A falta do alimento impossibilita a nutrição do organismo, que o leva à inanição e posteriormente à falência dos órgãos. Quando falta o senso de valorização pessoal o ser humano torna-se ‘homem máquina’, homo faber, que tem sua utilidade exacerbada em detrimento de sua humanidade. Eis aqui o porquê de medirmos uns aos outros segundo este critério da filosofia do mercado: perdermos o verdadeiro paradigma para nos conceituar e, por isso, precisamos de adendos para nos sentir melhores e nos mostrar superiores.
O “Ser” bem sucedido não é aquele que muito tem, mas é aquele que tendo ou não, se entende como ser amado por Deus e se entrega à uma vida de amor a este Deus e, por conseguinte, ao seu semelhante. Não é esta a definição da verdadeira religião que nos foi dada por Jesus? (...) Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes”. (Marcos 12.30-31).
O “Ser” bem sucedido não é aquele que conquista reinos, que constrói impérios, que governa nações, mas é aquele que depois ter feito tudo isso pode olhar para si mesmo e dizer como o Rei Davi: “em Deus ponho a minha confiança e nada temerei.” (Salmos 56.11) É aquele, portanto, que reconhece que tudo o que fez e tudo que é, o é pela graça e misericórdia de Deus.
O “Ser” bem sucedido é aquele que depois de dominar o conhecimento, de saber lidar com as idéias, dissuadir e persuadir no uso das palavras, reconhece que “O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria; revelam prudência todos os que o praticam”. (Salmos 111.10).
O “Ser” bem sucedido é aquele que tendo autoridade para governar, o faz com diligência, sempre preocupado com a justiça e a verdade, porque aprendeu que “Os tesouros da impiedade de nada aproveitam, mas a justiça livra da morte”. (Provérbios 10.2).
O “Ser” bem sucedido é aquele que sabe distinguir “riquezas temporais” das “riquezas eternas”: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração. (Mateus 6.19-21).
O “Ser” bem sucedido, por fim, é aquele que se deixa reger pelo princípio do amor. “(...) se não tiver amor, nada serei” ( I Coríntios 13.2). Fala-se muito em inteligência emocional. Mas não é estranho o fato de que a cada dia agimos de forma mais racional, fria e calculista? Deus nos deu as coisas para usar e as pessoas para amar, mas não é estranho o fato de que o tempo todo estamos usando as pessoas e amando as coisas? Reger-se pelo princípio do amor é estabelecer a prioridade de que o ser humano em si mesmo vem antes de sua utilidade. Reger-se pelo princípio do amor é dar prioridade à família, esposa/esposo, filhos, bem antes do valor dado à empresa, às posses, ao próprio trabalho... É reconhecer que sem “as coisas” podemos passar dificuldades, mas ainda podemos contar com as pessoas para nos amar, nos confortar, nos inspirar aos novos sonhos e às novas conquistas... Mas sem as pessoas que amamos para que nos servirá todas coisas?
É certo que o modelo de sucesso segundo os critérios correntes em nosso mundo está distante destes extraídos da Sagrada Escritura, “mas importa antes ouvir a Deus do que aos homens” (Atos dos Apóstolos 4. 19). É certo também que o mundo globalizado nos mede e nos incita a medir aos outros por um padrão diferente, mas sábio e prudente é reconhecer que é a Deus a quem haveremos de prestar contas de nossos atos.
Rev. Ézio Martins de Lima
* texto publicado em revista de circulaçao no Sudoeste Goiano, e lido na noite de entrega do troféu " Destaque" (prêmio aos empresários e às empresas do ano -2001)
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