sábado, março 05, 2011
sexta-feira, março 04, 2011
O Tesouro do Coração....
Jesus disse que “onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” (Mateus 6.21). O tesouro do coração é aquilo sem o qual a vida parece perder o sentido. O tesouro do coração é este “bem precioso” com o qual eu dispenso o melhor do meu tempo, dou o melhor dos meus dias, invisto em proteger, em defender e em dispensar muitos cuidados. O tesouro do coração é, conforme a metáfora da obra “O Senhor dos Anéis” de J.R.R. Tolkien, o poder que domina, provocando uma simbiose tão profunda que o dominado não sabe viver sem o poder que o domina.
Jesus não questiona se temos ou não um tesouro. Cada coração tem o seu “tesouro”. A questão não é se temos ou não um tesouro, mas que tesouro é este sobre o qual depositamos o coração.
A grande tragédia da vida é quando o tesouro do coração é destituído de real valor. Desta forma, o que é revestido de uma capa fantasiosa e denominado tesouro é, na verdade, uma nuvem efêmera de vaidades e, por isso mesmo, de valor algum. Esta triste realidade é descrita por Salomão como “correr atrás do vento”. (Eclesiastes 2.11).
O ser humano é especialista em forjar tesouros, criando assim subterfúgios sobre os quais coloca a sua vida, seus sonhos e amores. Porque se ilude, também se desilude, pois a desilusão é certa quando a ilusão é comprada como se fosse real.
Enfrentar a realidade de que nossos tesouros são falsos não é nada fácil! “Cair em si”, como fez o filho pródigo reconhecendo sua lastimável condição, é algo do qual fugimos. Geralmente o ser humano prefere a mentira que lhe traga uma sensação de segurança (mesmo que falsa segurança), do que enfrentar a realidade da sua miséria e reconhecer, assim, necessitado de socorro.
Não há esperança de se encontrar o verdadeiro tesouro enquanto não houver consciência de se estar de posse (ou de se estar possuído) por um falso tesouro. O problema do qual muitos cristãos sofrem em sua espiritualidade é fruto dessa tendência de se proteger a mentira do falso tesouro, ao invés de confessar sua miséria e a necessidade de uma intervenção poderosa de Deus.
Esta consciência de se estar de posse de um tesouro falso pode ser dolorosa. Aplicar as expectativas da vida no banco da mentira produz o rendimento da desilusão. Se não bastasse isso, descobre-se que a desilusão é inflacionária, pois vai minando as forças e roubando os sonhos, redundando na desvalorização do que se é, perdendo-se a esperança naquilo que se poderia ser!
Jesus ensina-nos a resolver a questão dos tesouros verdadeiros. Em primeiro lugar mostra a necessidade de nos desvencilharmos dos falsos tesouros: “não acumuleis para vós outros tesouros (...) onde a traça e a ferrugem corroem e os ladrões roubam” (Mateus 6.19). Portanto, precisamos nos desvencilhar do desejo de acumular, amar e depositar nossa esperança naquilo que é efêmero e, por isso mesmo, destituído de real valor.
Os verdadeiros tesouros, ensina-nos Jesus, são aqueles acumulados na esfera celestial: “ajuntai para vós outros tesouros nos céus”. (Mateus 6.20). Os tesouros verdadeiros estão livres da efemeridade e da fantasiosa avaliação humana. Jesus assevera que somos vítimas da inversão do real valor das coisas: o que verdadeiramente tem valor neste mundo, na realidade vale coisa alguma, mas aquilo que geralmente é desprezado, é o que realmente tem valor. Conforme ensinou a raposa ao Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry: “(...) o essencial é invisível aos olhos.” As coisas e conceitos que amamos não são mais importantes do que as pessoas. O poder que procuramos galgar não é mais importante do que serviço que poderíamos prestar ao semelhante! O status que buscamos preservar, não vale coisa alguma caso a humildade for uma desconhecida. O conhecimento que adquiro de nada vale sem a sabedoria e o amor para aplicá-lo. A religiosidade de nada vale, é tesouro falso, se no coração daquele que crê não houver a fé salvadora, o compromisso com a Igreja do Senhor Jesus Cristo e a fidelidade à Palavra de Deus! Enfim, de nada vale um celeiro cheio e um coração vazio. (Lucas 12.20)
Rev. Ézio Martins de Lima
terça-feira, março 01, 2011
Perder a esperança, jamais!
Perder a esperança, jamais!
“E o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que sejais ricos de esperança no poder do Espírito Santo”. (Romanos 15.13).
Dr. Schuller, conhecido pregador americano, narra a história que leu a respeito de uma árvore gigantesca, no estado de Colorado que fora derrubada pelo vento. A árvore tinha quase 500 anos de idade; era uma mudinha quando Colombo aportou nas praias da América. Raios haviam atingido a árvore 14 vezes, mas ela sobrevivera. Além disso, desafiara a devastação da neve e do gelo glaciais e até mesmo a força destrutiva de um terremoto. O que havia destruído aquela árvore aparentemente imortal? Minúsculos besouros que abriram caminho cavando a casca, chegando ao próprio cerne da árvore.
Estamos nos primeiros meses de 2011 e esta história nos traz uma excelente aplicação prática: pensamentos e comentários negativos, como aqueles minúsculos besouros, talvez não pareçam muito ameaçadores, mas podem penetrar pela camada externa protetora dos indivíduos, atacando o mais íntimo da psiquê e sensibilidade de uma pessoa, infligindo a mais profunda mágoa, e destruindo os sentimentos ardorosos e a confiança que constituem elemento vital para a existência de um indivíduo.
O desencorajamento é universal e reincidente. Grandes homens de Deus passaram por profundos vales. Lembra-se de Elias logo após sua grande experiência de vitória? Tenho encontrado diariamente pessoas passando por vales profundos. Alguns como resultado de um fracasso financeiro, outros por crises existenciais. Alguns por questão de vocação, perda da profissão ou mesmo o divórcio. As agruras que enfrentamos, podem ir minando nossa esperança e matar nossos sonhos! E como bem escreveu Albert Schweitzer (ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1952, músico, filósofo, teólogo, médico e missionário): “A Tragédia do homem é o que morre dentro dele enquanto ele ainda está vivo”.
Não podemos ser tomados por um otimismo tolo, nem tampouco por um pessimismo que nos acovarda! O cristão não é um otimista e nem um pessimista, mas é um realista que vê além das circunstâncias e por isso mesmo vive sob a ótica da esperança!
O Rev. Dr. John Mackay certa vez afirmou que "A fé se apropria do que a graça nos fornece". Nada é mais destrutivo para o ser humano que a incapacidade de crer que uma agrura temporal pode se tornar a maior alavanca para grandes conquistas e novas percepções do mundo e de si mesmo. O nosso problema não são os terremotos circunstanciais, nem os vendavais, nem raios que caem sobre nós. Tal e qual aquela centenária árvore a que se referiu o Dr. Schüller, o nosso maior problema são os agentes da morte que se ocultam em nosso próprio coração, levando-nos a descrer de Deus, dos amigos e de nós mesmos. Fatores externos não são o nosso grande desafio. O nosso grande desafio é não perder a esperança na caminhada da vida! O nosso grande desafio é crer que "Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque a tua vara e o teu cajado me consolam". Afinal, se o nosso Pastor é maior do que os vales, ele também poderá iluminar os sombrios caminhos pelos quais temos que passar.
Rev. Ézio Martins de Lima
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