A REFORMA PROTESTANTE
Nesta terça-feira, dia 31/10, celebramos os 489 da Reforma Protestante. No dia 31 de Outubro de 1517 Martinho Lutero desencadeou a reforma com as suas 95 teses. Não obstante a tendência natural da pós-modernidade de considerar que o passado nada tem a nos ensinar, nós não descuidamos do ensino da Palavra de Deus que nos exorta: “Não removas os marcos antigos que puseram teus pais”. (Provérbios 22.28). Num tempo marcado por relativismos e subjetivismos, faz-se necessário voltar aos marcos antigos a fim de não corrermos o risco de pisar em solo estranho!
A tradição Reformada sempre professou que “a igreja porque é reformada deve sempre se reformar”; isto, contudo, não significa “jogar no lixo” a tradição que herdamos daqueles que viveram com fidelidade a Palavra de Deus e pagaram o preço a fim que o Evangelho chegasse até nós. A reforma constante pela qual a igreja deve passar não inclui a mudança ou alteração dos fundamentos da fé cristã. A verdade que impactou o mundo no século XVI continua sendo verdade para nós hoje! A verdade não é relativa, pois se for relativa não é verdade de fato.
Abaixo transcrevo parte da “Declaração de Cambridge”, um resumo daquilo que denominamos “Os Cinco Solas da Reforma Protestante”:
Sola Scriptura (Somente as Escrituras)
Reafirmamos a Escritura inerrante como fonte única de revelação divina escrita, única para constranger a consciência. A Bíblia sozinha ensina tudo o que é necessário para nossa salvação do pecado, e é o padrão pelo qual todo comportamento cristão deve ser avaliado.
Negamos que qualquer credo, concílio ou indivíduo possa constranger a consciência de um crente, que o Espírito Santo fale independentemente de, ou contrariando, o que está exposto na Bíblia, ou que a experiência pessoal possa ser veículo de revelação.
Solus Christus (Somente Cristo)
Reafirmamos que nossa salvação é realizada unicamente pela obra mediatória do Cristo histórico. Sua vida sem pecado e sua expiação por si só são suficientes para nossa justificação e reconciliação com o Pai.
Negamos que o evangelho esteja sendo pregado se a obra substitutiva de Cristo não estiver sendo declarada e a fé em Cristo e sua obra não estiver sendo invocada.
Sola Gratia (Somente a Graça)
Reafirmamos que na salvação somos resgatados da ira de Deus unicamente pela sua graça. A obra sobrenatural do Espírito Santo é que nos leva a Cristo, soltando-nos de nossa servidão ao pecado e erguendo-nos da morte espiritual à vida espiritual.
Negamos que a salvação seja em qualquer sentido obra humana. Os métodos, técnicas ou estratégias humanas por si só não podem realizar essa transformação. A fé não é produzida pela nossa natureza não-regenerada.
Sola Fide (Somente a Fé)
Reafirmamos que a justificação é somente pela graça somente por intermédio da fé somente por causa de Cristo. Na justificação a retidão de Cristo nos é imputada como o único meio possível de satisfazer a perfeita justiça de Deus.
Negamos que a justificação se baseie em qualquer mérito que em nós possa ser achado, ou com base numa infusão da justiça de Cristo em nós; ou que uma instituição que reivindique ser igreja mas negue ou condene sola fide possa ser reconhecida como igreja legítima.
Soli Deo Gloria (Só a Deus toda Glória)
Reafirmamos que, como a salvação é de Deus e realizada por Deus, ela é para a glória de Deus e devemos glorificá-lo sempre. Devemos viver nossa vida inteira perante a face de Deus, sob a autoridade de Deus, e para sua glória somente.
Negamos que possamos apropriadamente glorificar a Deus se nosso culto for confundido com entretenimento, se negligenciarmos ou a Lei ou o Evangelho em nossa pregação, ou se permitirmos que o afeiçoamento próprio, a auto-estima e a auto-realização se tornem opções alternativas ao evangelho”. (Fonte: Declaração de Cambridge)
Que neste mês da Reforma Protestante, a verdade da Palavra de Deus destacada, pregada e ensinada pela Reforma possa reformar a nossa vida a fim de que sejamos de fato “Herdeiros da Reforma”, e não apenas nominalmente “reformados”.
Soli Deo Gloria!
Ézio Martins de Lima, rev.
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