“Mais que a terra do sertão, em ardente desolação,
Bem mais seco que esse chão, que rejeita plantação,
É a terra do coração implorando por água e pão,
Implorando esperança e vida, é a terra do coração.”
Este verso transcrito acima faz parte da música “Terra do Coração”, de autoria do Rev. Edilson Botelho (CTP 120).
Jesus contou uma parábola sobre 4 tipos de solos, cada qual representado diferentes reações do coração humano à verdade da Palavra de Deus (Marcos 4.1-20).
Disse Jesus que o semeador saiu a semear e ao semear parte da semente caiu à beira do caminho, outra caiu entre as pedras, outra entre os espinheiros e, finalmente, a última parte caiu em terra boa.
Como podemos classificar esses solos?
O coração insensível – A semente que caiu à beira do caminho foi pisada pelos homens e comida pelas aves. O solo batido pelo andar das pessoas não é terra boa para a semente. Este solo simboliza a insensibilidade da vida, provocada agitação e frenesi. Assim se torna a terra de muitos corações: endurecida pela insensibilidade. Nessa terra a semente não frutifica!
O coração superficial – A semente que caiu no meio das pedras simboliza o coração superficial e raso. A semente brota, mas não há espaço para a planta criar raízes. Há pessoas que demonstram certo entusiasmo com respeito à mensagem salvadora do Evangelho; logo percebem, contudo, que a vida cristã genuína não é um parque de diversões, mas um verdadeiro campo de lutas! Desanimam-se frente aos primeiros desafios e secam. O coração superficial não frutifica.
O coração congestionado – A semente que caiu no meio do espinheiro nasce, mas não cresce nem frutifica, pois os espinhos crescem juntos e sufocam a planta. Esse solo simboliza o coração perdido em meio aos muitos interesses. Simboliza o coração dividido e distraído com muitas coisas. O coração dividido e congestionado não é propício para a frutificação!
O coração produtivo – A semente que caiu no solo fértil nasceu, cresceu, floresceu e frutificou. A terra estava preparada e nela não havia concorrentes. A semente encontrou lugar propício para crescer e frutificar.
Qual é a terra do seu coração?
Como bem apontou o padre Antônio Vieira em seu sermão da sexagésima: “Sendo, pois, certo que a palavra divina não deixa de frutificar por parte de Deus, segue-se que ou é por falta do pregador ou por falta dos ouvintes”. O problema, pois, não está com a semente (que é boa e perfeita), mas com o solo!
Que o Senhor, portanto, nos livre de termos a terra do coração insensível, superficial ou congestionada! Antes, que preparemos a terra do nosso coração para que seja receptiva e propícia para a boa semente!
Rev. Ézio Martins de Lima
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