Avaliando a Vida
Eclesiastes 12.1,6-7
Estes últimos dias do ano que ficou e os primeiros dias do ano que ora se inicia são dias nos quais limpamos nossas gavetas, fazemos uma limpeza nos nossos armários e guarda-roupas. É tempo de balanço nas lojas, é tempo de balanço da vida. É tempo de reflexão, de auto-análise, de introspecção. É tempo de avaliar o que foi feito em outros tantos dias que se passaram e que não podem mais ser mudados. É tempo de avaliar os erros, contabilizar os acertos e rever as intenções. Isto é importante para que erros não sejam repetidos...
Nossa compreensão linear do tempo nos leva a viver repetidamente este ritual a cada final e inicio de um novo ano. Esta compreensão do tempo com inicio e fim, sendo que o fim é percebido como “o tempo da renovação, da recriação, do recomeço”, é uma tentativa escatológica de compreender a existência e aliviar-se dos erros. Este ritual é, em outras palavras, uma esperança de “uma vida nova, porque o tempo é novo”. Contudo, nem o tempo se torna novo e nem a vida se torna nova com a final do ano e com o inicio de um outro.
O cristão não deve embarcar nessa jangada furada. A auto-análise deve ser um ato contínuo da vida do cristão, e não apenas um ato motivado por um pretenso recomeço do tempo. Ora, a vida nova do cristão não se dá porque é o tempo é recriado, e sim porque ele é nascido de Deus, pela obra regeneradora do Espírito Santo pela sua fé na obra redentora de Cristo.
O tempo de arrependimento é a qualquer tempo; o tempo de recomeço é qualquer tempo; a vida nova no tempo novo é uma realidade restrita à Obra de Jesus e ao tempo que Ele inaugurou: o tempo da salvação. Só participada da vida nova e do tempo novo aquele e aquela que se rendeu aos pés de Jesus e, por isso mesmo, tem sua vida recriada para o viver no tempo de Deus, agora e por toda a eternidade, quando o tempo como o conhecemos não mais existirá. A eternidade não conhece passado, presente e futuro...
Rev. Ézio Martins de Lima
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