“Ele nos escolheu em Cristo antes da constituição do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dEle em amor” (Efésios 1.4).
Deus nos escolhe! Qual o critério? Haveria em nós alguma coisa que chamasse a atenção de Deus, uma qualidade a mais, uma dedicação a mais? Na verdade, nada. Ele nos escolhe em Cristo; esse mesmo Cristo que morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. “Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”. (Romanos 5.7-8)
Aí, pois, se acha o critério: a graça de Deus que se concretiza em Cristo. E graça, para deixar bem claro, é o amor que o pecador recebe, mesmo sem merecer.
Entendido isso, vamos considerar que a eleição da graça, a predestinação e termos semelhantes que os teólogos criaram ao longo dos séculos não são conceitos para nos tirar a tranqüilidade (será que sou um eleito?; ou: como vou saber se sou um eleito?) nem para nos dar uma certeza vazia (já que sou eleito posso muito bem fazer o que bem entender, ou seja, toda espécie de mal). A eleição é fundamentalmente um consolo. Como os cristãos — desde aqueles da antiga Éfeso até os de hoje — vivem na angústia de uma profunda contradição entre o seu ideal de serem perfeitos e a realidade nem sempre tão perfeita — podendo sentir-se um tanto perdidos e duvidar mesmo da presença de Deus em suas vidas — precisam duma palavra segura a mostrar-lhes que sua comunhão com Deus os tornam livres desse vaivém cotidiano. Por cima dessas ondas de insegurança encontra-se um Deus estável, estável em tudo, mas estável, sobretudo na sua graça, da qual Jesus Cristo e Sua cruz é a realização.
Desta forma, certificados e consolados, somos igualmente habilitados e convocados a ser santos e irrepreensíveis no amor. O desafio supera nossas forças, mas lembremo-nos: o mesmo Deus que nos escolheu pela graça, pela graça nos ampara nessa caminhada.
Ore:
Senhor Deus e Pai, antes que houvesse mundo, Tu já nos escolheras e nos escolheras em Cristo, que haveria de morrer na cruz. Só podemos louvar-te sem parar. Ajuda que o nosso louvor rime com amor não só no som, mas principalmente no fazer. Amém.
Rev. Ézio Lima
Adaptado do texto de Martinho Hoffmann
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